A Câmara Municipal de Belo Horizonte se prepara para eleger seu novo presidente nesta quarta-feira (1° de janeiro), em uma disputa acirrada entre Juliano Lopes (Podemos) e Bruno Miranda (PDT). Lopes, atual vice-presidente da Casa, lidera as intenções de voto com 23 dos 41 vereadores, enquanto Miranda, que representa os interesses do prefeito Fuad Noman (PSD), conta com 18 apoiadores.
A disputa pela presidência da Câmara tem mobilizado importantes articulações políticas:
* O vice-prefeito eleito e atual secretário de Governo, Álvaro Damião (União), coordena as negociações em favor de Bruno Miranda, buscando reverter votos já declarados para Lopes
* Três vereadores são alvos principais das articulações: Marilda Portela (PL), Janaína Cardoso (União) e Wagner Ferreira (PV), que já declararam publicamente apoio a Lopes
* Uma primeira mudança já foi registrada: o vereador eleito Lucas Ganin (Podemos), que inicialmente apoiava Lopes, agora declara voto em Miranda
O PL emerge como força importante neste cenário, com sua bancada aumentando de dois para seis vereadores na próxima legislatura. O presidente estadual do partido, deputado federal Domingos Sávio, realizou encontro com vereadores, embora negue interferência no processo: “Não tenho a intenção de interferir no processo eleitoral da Câmara”.
A tentativa de acordo para uma chapa única, articulada em 24 de dezembro, fracassou rapidamente. Marcelo Aro, secretário de estado da Casa Civil, afirmou que Álvaro Damião “exigiu infinitos cargos na Câmara Municipal, além de querer ter metade dos membros da Mesa-Diretora e a presidência de todas as comissões relevantes da Casa”.
A eleição anterior para a presidência da Câmara também foi marcada por disputa acirrada, com Gabriel Azevedo vencendo por apenas um voto (21 a 20) contra Claudiney Dulim, que tinha o apoio do prefeito Fuad.
Para a gestão Fuad Noman, a eleição é crucial para evitar repetir o cenário atual, onde o presidente da Câmara, Gabriel Azevedo, atua como rival político do Executivo.