Juliana Flores, 39 anos, tem transformado a paisagem urbana de Belo Horizonte através de projetos culturais que combinam arte pública e iluminação. Jornalista por formação, ela se consolidou como “realizadora-mediadora”, termo que prefere usar para descrever seu trabalho de conciliação entre artistas, moradores, patrocinadores e poder público.
Como diretora da Pública, sua empresa de produção cultural, Juliana coordena projetos de grande impacto na capital mineira:
* O Circuito Urbano de Arte (CURA), iniciado em 2017 junto com Janaína Macruz e Priscila Amoni, que se tornou referência em arte mural de grande escala no Brasil.
* A Festa da Luz, realizada em parceria com a Híbrido Produções, que ilumina o centro de Belo Horizonte com projeções e instalações luminosas.
* A direção artística da Iluminação de Natal da Praça da Liberdade, seu mais recente desafio, que inclui shows de drones e decoração tradicional.
Para o projeto natalino, Juliana desenvolveu uma abordagem que une tradição e inovação. “As pessoas estão muito felizes e elogiando e falando, satisfeitas de ver a praça iluminada”, relata. O projeto incluiu elementos como um Papai Noel gigante carregando queijo, bolas natalinas com bordados mineiros e um presépio do Vale do Jequitinhonha.
Sua trajetória inclui experiências marcantes como a fundação da editora infantil Aletria em 2009, e a superação de desafios significativos. Em 2020, enfrentou um processo judicial relacionado a uma obra do CURA, e em 2021, foi incluída em um inquérito policial que questionava a legitimidade da arte urbana – situação que acabou gerando ainda mais visibilidade para seus projetos.
Atualmente, Juliana expande seus horizontes com novos projetos como o MAMU (Morro Arte Mural) e instalações artísticas como “Pirilampos do Planeta” no CCBB BH. Sua missão permanece clara: democratizar o acesso à arte através de intervenções no espaço público.
Como realizadora-mediadora, Juliana define seu trabalho como uma constante mediação de desejos, equilibrando interesses diversos para tornar a arte acessível ao maior número possível de pessoas. “Minha paixão é olhar para o espaço público e levar arte para esse lugar, para que seja acessada pelo maior número de pessoas possível”, resume.