O governo de Israel tomou uma decisão estratégica significativa ao ordenar a permanência de suas forças militares na zona desmilitarizada entre Israel e Síria, nas Colinas do Golã. A medida foi anunciada após a queda do regime de Bashar al-Assad na Síria, gerando preocupações sobre a segurança na região.
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, emitiu ordem direta ao Exército para preparar-se para uma permanência prolongada durante o inverno na região. Esta movimentação militar coincide com a retirada das forças israelenses do sul do Líbano, após um acordo de cessar-fogo com o Hezbollah.
* A ocupação israelense ocorreu após insurgentes sírios, liderados por islamitas sunitas, derrubarem o governo de Bashar al-Assad
* Israel realizou centenas de bombardeios contra instalações militares sírias, alegando necessidade de impedir que estas caíssem em poder dos rebeldes
* O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou a situação como um “vácuo” na fronteira com a zona neutra, embora tenha enfatizado o caráter temporário da ocupação
“Por causa do que está acontecendo na Síria, é de suma importância em termos de segurança manter nossa presença no cume do Monte Hermon, tudo deve ser feito para garantir a prontidão do [Exército] lá, para que os combatentes possam permanecer no local apesar das difíceis condições climáticas”, afirmou o ministro Katz em comunicado oficial.
A ocupação atual viola o acordo de 1974, que estabelece que forças de paz da ONU devem patrulhar a área para separar os territórios ocupados por Israel daqueles controlados pela Síria. O porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou-se contra a presença militar israelense na região.
É importante ressaltar que Israel tomou parte das Colinas de Golã da Síria durante a guerra de 1967, fortalecendo sua posição em 1973. Em 1981, anexou parte deste território estratégico, ação reconhecida apenas por Israel e Estados Unidos, mas rejeitada pela comunidade internacional.