Grupo Montesanto Tavares obtém proteção judicial para renegociar dívidas

Grupo Montesanto Tavares obtém proteção judicial para renegociar dívidas

Grupo consegue suspensão temporária de 60 dias para cobranças judiciais enquanto busca renegociar dívidas que somam R$ 1,4 bilhão

O Grupo Montesanto Tavares (GMT) obteve proteção judicial temporária para renegociar dívidas que somam R$ 1,4 bilhão. A decisão foi concedida pelo juiz Murilo Silvio de Abreu, da 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte (MG), na sexta-feira, 6, revertendo parcialmente um despacho anterior que havia negado os pedidos do grupo.

O magistrado aceitou recurso apresentado pelo escritório Vilas Boas Lopes Frattari, reconhecendo a necessidade de analisar o pedido de antecipação da proteção contra execuções judiciais. Em sua decisão, o juiz destacou: “A urgência do pleito é reforçada pelo risco de agravamento da crise financeira das embargantes, tendo em vista as medidas constritivas promovidas por credores”.

Detalhes da proteção judicial

  • A suspensão de cobranças judiciais terá duração de 60 dias
  • A proteção não se aplica a contratos de Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACCs) e garantias fiduciárias
  • O grupo permanece sem proteção contra liquidação de operações de hedge
  • A Cargill, um dos principais credores, manifestou-se contra o pedido inicial, classificando-o como “absolutamente ilegal”

Contexto da crise financeira

  • O GMT, que responde por 8% das exportações brasileiras de café arábica através das empresas Atlântica e Cafebras, enfrenta dificuldades desde a quebra da safra 2021/22
  • Eventos climáticos destruíram cerca de 24 milhões de sacas de café, uma queda de 53% em relação à média dos cinco anos anteriores
  • A situação agravou-se em 2024 com a alta histórica nos preços do café, que acumula valorização superior a 70%
  • O avanço do dólar, com alta de 18,15% nos últimos 12 meses, também impactou negativamente

A Atlântica acumula dívidas de R$ 894 milhões, enquanto a Cafebras deve R$ 527 milhões a diversos credores, incluindo Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Santander, Safra, Bradesco, BTG Pactual, Fibra e Itaú Unibanco.

O grupo agora tem 60 dias para buscar um acordo com credores antes de possivelmente recorrer a um pedido formal de recuperação judicial. Na Justiça, argumentou que busca evitar esse caminho, afirmando que “o remédio recuperacional há de ser usado com a devida responsabilidade, tendo em vista as repercussões desse regime jurídico”.

Vale ressaltar que em setembro, a companhia passou por mudanças administrativas, com a saída do fundador Ricardo Tavares e a entrada de seu sobrinho, Bruno Tavares.

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