O Grupo Montesanto Tavares (GMT) obteve proteção judicial temporária para renegociar dívidas que somam R$ 1,4 bilhão. A decisão foi concedida pelo juiz Murilo Silvio de Abreu, da 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte (MG), na sexta-feira, 6, revertendo parcialmente um despacho anterior que havia negado os pedidos do grupo.
O magistrado aceitou recurso apresentado pelo escritório Vilas Boas Lopes Frattari, reconhecendo a necessidade de analisar o pedido de antecipação da proteção contra execuções judiciais. Em sua decisão, o juiz destacou: “A urgência do pleito é reforçada pelo risco de agravamento da crise financeira das embargantes, tendo em vista as medidas constritivas promovidas por credores”.
A Atlântica acumula dívidas de R$ 894 milhões, enquanto a Cafebras deve R$ 527 milhões a diversos credores, incluindo Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Santander, Safra, Bradesco, BTG Pactual, Fibra e Itaú Unibanco.
O grupo agora tem 60 dias para buscar um acordo com credores antes de possivelmente recorrer a um pedido formal de recuperação judicial. Na Justiça, argumentou que busca evitar esse caminho, afirmando que “o remédio recuperacional há de ser usado com a devida responsabilidade, tendo em vista as repercussões desse regime jurídico”.
Vale ressaltar que em setembro, a companhia passou por mudanças administrativas, com a saída do fundador Ricardo Tavares e a entrada de seu sobrinho, Bruno Tavares.