A obra-prima do realismo mágico de Gabriel García Márquez, “Cem Anos de Solidão”, finalmente ganha vida nas telas através de uma adaptação da Netflix. A estreia aconteceu em Bogotá, com uma cerimônia especial que contou com a presença do presidente colombiano Gustavo Petro e familiares do autor.
A aguardada adaptação do romance mais célebre de García Márquez (1927-2014) será disponibilizada para 190 países na plataforma de streaming a partir desta quarta-feira. A première especial ocorreu em um museu na capital colombiana, onde produtores, elenco e convidados ilustres assistiram ao primeiro episódio.
O evento de lançamento foi marcado por uma ambientação que recriou a atmosfera da fictícia vila caribenha de Macondo, cenário principal da obra, com um tapete vermelho decorado com tochas, vegetação tropical e um muro de junco. O presidente Gustavo Petro prestigiou o evento, saudando os produtores ao chegar.
O cineasta argentino Alex García López, um dos diretores da série, destacou o caráter universal da obra, afirmando que o romance “de alguma forma, conta engenhosamente a história de um povo, de um país como a Colômbia, mas também capta a história da América Latina”.
O episódio inicial da série apresenta o casamento de José Arcadio Buendía e Úrsula Iguarán, a fundação de Macondo e culmina com o nascimento de Aureliano, que se tornaria o icônico coronel Aureliano Buendía. A adaptação do livro, publicado em 1967, era considerada um desafio monumental, especialmente porque o próprio García Márquez sempre resistiu à ideia de uma versão audiovisual de sua obra.
Rodrigo García Barcha, filho do autor e produtor executivo da série, comentou que “Muitas das adaptações dos livros de Gabo sofreram com o respeito excessivo pelo autor, com o respeito excessivo pela obra”. No entanto, ele ressaltou que esta adaptação conseguiu um impacto muito positivo.
A Netflix, que adquiriu os direitos do romance em 2019, iniciou o projeto durante a pandemia. García López destacou que um dos maiores desafios foi criar algo autenticamente colombiano, demonstrando que a América Latina e a Colômbia vão além dos estereótipos de “traficantes de drogas, violência, ditaduras… As mesmas histórias de sempre”.