A Justiça negou o pedido de revisão criminal feito por Renan Augusto Gomes, conhecido como o “galã do Tinder”, em dois processos nos quais foi condenado por aplicar golpes em mulheres através de sites e aplicativos de relacionamento.
O estelionatário de 37 anos, que se apresentava como Augusto Keller, foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão por subtrair R$ 150 mil de uma vítima, e a 15 anos, 6 meses e 20 dias por obter cerca de R$ 500 mil de outra mulher.
* Em dezembro de 2020, Renan Augusto Gomes conheceu sua primeira vítima, apresentando-se como engenheiro da Odebrecht. Alegou morar na avenida Paulista e que seus pais haviam falecido em um acidente de carro.
* Após quatro meses de contatos virtuais, marcaram um encontro em um shopping de São Bernardo do Campo, onde ele a pediu em namoro.
* Durante o relacionamento, começou a alegar problemas financeiros com a Receita Federal e possível mudança para São José do Rio Preto, conseguindo um empréstimo inicial de R$ 8 mil.
* A vítima só descobriu o golpe quando, precisando passar por uma cirurgia, solicitou seus dados pessoais para cadastrá-lo como acompanhante no hospital. Ele não compareceu, alegando estar com Covid, e ela descobriu que o CPF fornecido era falso.
Em sua defesa, Renan Augusto Gomes alegou inocência e afirmou estar pagando os valores de forma parcelada. Ao solicitar a revisão criminal, argumentou que os atos processuais eram nulos e que não foi devidamente citado pela Justiça.
A desembargadora Gilda Diodatti, relatora do processo, rejeitou o pedido afirmando que “não restou demonstrada qualquer contrariedade à legislação ou à evidência dos autos”.
No segundo caso, uma mulher chegou a fazer empréstimos bancários para ajudá-lo com supostas dificuldades financeiras, acreditando que constituiriam família. Ela só descobriu o golpe quando Gomes foi preso e seu caso foi divulgado na televisão.
O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve as condenações, rejeitando os argumentos da defesa sobre a necessidade de perícia nas conversas de WhatsApp utilizadas na investigação.