O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou durante a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) na Argentina que, embora seu pai Jair Bolsonaro (PL) continue sendo o “plano A” do partido para as eleições presidenciais de 2026, ele próprio poderia ser considerado como “plano B”. O parlamentar ressaltou, no entanto, que não é pré-candidato ao Planalto.
A situação atual de Jair Bolsonaro, que é o preferido do PL para 2026, é complexa devido à sua inelegibilidade até 2030, determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-presidente acumula duas condenações por inelegibilidade ainda em vigor:
* Em junho de 2023, foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, devido à reunião com embaixadores onde criticou as urnas eletrônicas sem apresentar provas
* Em outubro do mesmo ano, recebeu nova condenação por abuso de poder político durante as comemorações do Dia da Independência em 2022, quando utilizou o evento para fazer campanha
Além das questões eleitorais, Jair Bolsonaro enfrenta três indiciamentos da Polícia Federal:
* Fraude em seu cartão de vacinas
* Caso das joias
* Tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, sendo apontado como líder da conspiração
A declaração de Eduardo Bolsonaro diverge do posicionamento de seu irmão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que afirmou anteriormente que “o plano A é Jair Bolsonaro, o plano B é o plano A”. Também contrasta com a posição do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, que indicou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como primeira opção para candidatura à Presidência.
O grupo político de Jair Bolsonaro ainda mantém esperanças em uma possível anistia que permitiria sua candidatura. Um projeto de lei que visa anistiar os presos durante os atos de 8 de Janeiro está com tramitação paralisada na Câmara, aguardando a criação de uma comissão especial.
Vale ressaltar que Eduardo Bolsonaro foi anteriormente “lançado” por Valdemar Costa Neto como candidato ao Senado durante um evento no interior paulista em junho, quando o dirigente do PL o apresentou como “nosso candidato a senador daqui a dois anos”.