Dólar ultrapassa R$ 6 e preocupa mercado financeiro

Dólar ultrapassa R$ 6 e preocupa mercado financeiro

Moeda americana atinge novo recorde histórico após anúncio do pacote econômico do governo Lula, gerando incertezas no mercado

O dólar atingiu um novo patamar histórico no Brasil, ultrapassando pela primeira vez a barreira dos R$ 6. A escalada da moeda americana começou após o anúncio do pacote de corte de gastos pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, alcançando R$ 6,07 na última terça-feira. Este valor não era visto desde maio de 2020, durante a pandemia de covid-19.

A disparada da moeda americana está relacionada principalmente às medidas econômicas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O pacote inclui tanto cortes de gastos quanto uma proposta de isenção do imposto de renda para pessoas que recebem até R$ 5 mil mensais.

Principais pontos do pacote econômico e seus impactos:

  • O governo anunciou medidas visando uma economia de R$ 327 bilhões em gastos públicos até 2030, incluindo limitação da valorização real do salário mínimo e mudanças em benefícios militares
  • A proposta de isenção do IR para rendimentos até R$ 5 mil mensais gerou preocupação no mercado, com impacto estimado entre R$ 35 bilhões e R$ 45 bilhões
  • O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, manifestou que a reforma tributária da renda só ocorrerá mediante condições fiscais favoráveis

Especialistas ouvidos apontam diversos fatores para a alta do dólar. A frustração com o pacote anunciado é um dos principais motivos, seja pela expectativa de cortes mais expressivos ou pela inclusão da proposta de isenção do IR.

O cenário internacional também contribui para a volatilidade da moeda. A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e suas promessas de medidas protecionistas geram incertezas adicionais. Suas propostas incluem deportação em massa de imigrantes, aumento de tarifas sobre importados e elevação de subsídios.

Economistas avaliam que o patamar atual do dólar pode não ser permanente. Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco, indica que o nível do câmbio dependerá da percepção sobre a dinâmica futura da dívida pública. O professor Josilmar Cordenonssi destaca que o sucesso do Banco Central no controle da inflação será crucial para a trajetória do dólar.

A combinação entre as incertezas do governo Trump, a agenda fiscal brasileira e as desconfianças sobre a economia latino-americana tende a manter o real desvalorizado. André Roncaglia, diretor-executivo do Brasil no FMI, classifica o real como uma “moeda-commodity”, sujeita a especulações no mercado financeiro internacional.

O mercado permanece atento à tramitação das medidas no Congresso Nacional e à capacidade do governo de implementar as mudanças propostas. A volatilidade deve continuar nos próximos dias, mantendo a pressão sobre o preço do dólar.

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