O dólar manteve sua trajetória de alta frente ao real nesta sexta-feira, encerrando o pregão próximo aos R$6,20, em um cenário marcado por preocupações com a política fiscal e ausência de intervenções do Banco Central no mercado. A moeda norte-americana fechou o dia cotada a R$6,1926, registrando uma valorização de 0,24%.
Na semana encurtada pelo feriado de Natal, a divisa acumulou uma elevação de 2%, mesmo com o dólar apresentando uma tendência de queda frente a outras moedas fortes no cenário internacional. O movimento foi influenciado principalmente por fatores domésticos e pela baixa liquidez, característica da penúltima sessão do ano.
* O IPCA-15, considerado prévia da inflação oficial, apresentou alta de 0,34% em dezembro, uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando registrou 0,62%
* A taxa de desemprego no trimestre até novembro ficou em 6,1%, alinhada com as projeções dos economistas
* O Caged registrou a criação de 106.625 vagas formais em novembro, resultado abaixo das expectativas do mercado que previam 129.500 novas vagas
Durante o pregão, o dólar apresentou oscilações significativas, atingindo a cotação mínima de R$6,1696 pela manhã, mas logo recuperou fôlego alcançando a máxima de R$6,2156. Um fator adicional de tensão foi a decisão do ministro Flávio Dino, do STF, que negou a liberação de R$4,2 bilhões em emendas parlamentares solicitada pela Câmara.
O Banco Central realizou apenas o leilão tradicional de 15.000 contratos de swap cambial para rolagem do vencimento de fevereiro de 2025, sem promover leilões extras de moeda à vista, como havia feito em sessões anteriores.
A moeda norte-americana caminha para encerrar 2024 com uma valorização superior a 27% frente ao real, com a próxima segunda-feira marcando a última sessão do ano e a determinação da taxa Ptax de fim de mês, trimestre e ano, o que pode trazer volatilidade adicional aos negócios.