A equipe de segurança do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, impediu nesta quarta-feira (11) que uma força-tarefa policial realizasse buscas em seu gabinete. A operação faz parte de uma investigação sobre insurreição, relacionada à controversa declaração de lei marcial na semana anterior.
A crise política se intensificou após os seguintes eventos:
* Na noite de 3 de dezembro, Yoon Suk Yeol declarou lei marcial e mobilizou forças militares, incluindo soldados e helicópteros, em uma tentativa frustrada de impedir uma votação da oposição no Parlamento.
* Uma unidade especial de investigação tentou realizar buscas no gabinete presidencial, na Agência Nacional de Polícia, na Agência de Polícia Metropolitana de Seul e no Serviço de Segurança da Assembleia Nacional, mas foi impedida de acessar o edifício principal.
* O ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun, detido no domingo, tentou cometer suicídio antes de sua prisão formal. Por meio de seus advogados, Kim declarou que “toda a responsabilidade pela situação recai somente” sobre ele.
A investigação por insurreição também envolve outros funcionários de alto escalão, incluindo o ex-ministro do Interior, o general responsável pela operação da lei marcial, o comissário-geral da Agência Nacional de Polícia e o chefe da Polícia Metropolitana de Seul.
Yoon Suk Yeol, que está proibido de deixar o país, sobreviveu a uma primeira votação de impeachment graças ao boicote de seu partido. No entanto, enfrentará uma segunda moção de destituição no próximo sábado (14). A oposição, que possui 192 dos 300 deputados, necessita de apenas oito votos adicionais do partido governista para atingir a maioria necessária de dois terços.
Um grupo especial do Partido do Poder Popular (PPP) propôs um plano para a renúncia de Yoon em fevereiro ou março, com eleições previstas para abril ou maio. Contudo, a proposta ainda não foi aceita pelo partido conservador, que se mostra dividido sobre a questão.
Protestos continuam ocorrendo diariamente contra o presidente, que mantém baixos índices de popularidade. Na semana anterior, dois deputados do PPP votaram a favor do impeachment, e outros dois já anunciaram que apoiarão a destituição no próximo sábado.