O choro, primeiro gênero musical genuinamente brasileiro e recentemente reconhecido pelo Iphan como Patrimônio Cultural do Brasil, vive um momento especial em Belo Horizonte. A capital mineira oferece rodas de choro todos os dias da semana, consolidando uma cena musical vibrante e diversificada que atrai público fiel e novos admiradores.
No Cantina Azul, bar localizado na Savassi, as segundas-feiras se transformaram em dia de casa cheia há cerca de um ano e meio. O bandolinista e compositor Marcos Frederico, que comanda um quinteto fixo no local, celebra: “No Cantina Azul, a gente toca, com um quinteto fixo que sempre recebe convidados, há um ano e meio. E tem sido um sucesso”.
A cena do choro em BH tem se destacado pela diversidade de propostas e pela inclusão de novos protagonistas. Um exemplo notável é o Abre a Roda Mulheres no Choro, que se apresenta às terças-feiras no Santo Boteco, formado exclusivamente por musicistas. A saxofonista Cláudia Sampaio, uma das fundadoras do quarteto criado em 2017, explica que o grupo surgiu da necessidade de criar um espaço próprio para mulheres na cena musical.
A pandeirista Tatá Xavier representa uma nova geração de músicos que tem renovado a cena do choro na cidade. Iniciando sua jornada há apenas um ano, ela já integra dois coletivos importantes: o Chorinho de Quarta e o quarteto regional Clave de Choro, este último formado por pessoas negras, buscando trazer mais diversidade ao gênero.
A cena do choro em Belo Horizonte demonstra vitalidade e renovação, com espaço para tradição e inovação. Como destaca Rafael Zavagli, artista visual e cavaquinista: “Há uns três anos, fizemos um levantamento que mapeou umas 30 rodas na cidade, um número que, possivelmente, já cresceu bastante de lá para cá”.