A Arábia Saudita atingiu uma marca histórica e preocupante em 2024, ultrapassando 300 execuções no país. O número, confirmado pelo Ministério do Interior saudita, representa um aumento significativo em relação aos anos anteriores e estabelece um novo recorde para o reino.
De acordo com dados oficiais divulgados nesta terça-feira (3), quatro novas execuções foram realizadas, elevando o total para 303 desde o início do ano. Este número supera significativamente o recorde anterior de 196 execuções registrado em 2022, conforme documentado pela Anistia Internacional.
A organização não-governamental, que monitora as execuções no reino desde 1990, posiciona a Arábia Saudita como o terceiro país que mais realiza execuções no mundo, ficando atrás apenas da China e do Irã. O número atual também ultrapassa a marca de 192 execuções registradas em 1995.
Taha al Hajji, que ocupa o cargo de diretor jurídico da Organização Saudita Europeia para os Direitos Humanos (ESOHR), sediada em Berlim, manifestou-se sobre a situação. Ele classificou as execuções de 2024 como “incompreensíveis e inexplicáveis”, expressando particular preocupação com a “velocidade” com que estas estão sendo conduzidas.
O aumento significativo no número de execuções levanta questionamentos sobre as práticas judiciais do país e tem chamado a atenção de organizações internacionais de direitos humanos.