O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, manifestou-se sobre a recente alta do dólar, apontando perspectivas de queda na cotação da moeda americana. Em entrevista concedida no Palácio do Planalto nesta terça-feira, 3, Alckmin destacou a influência de componentes tanto internos quanto externos na atual valorização do dólar.
Em meio à pressão enfrentada pelo governo Lula devido à escalada do dólar, que ultrapassou R$ 6 nos últimos dias após o mercado financeiro demonstrar insatisfação com as medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo executivo, Alckmin mantém uma visão otimista para o futuro.
O vice-presidente enfatizou que a aprovação das medidas fiscais pelo Congresso deve resultar em uma acomodação natural da cotação do dólar. Ao abordar questões relacionadas à inflação e possíveis aumentos nas taxas de juros, Alckmin defendeu que determinados fatores, como a inflação de alimentos e combustíveis, não deveriam ser considerados nessa análise, argumentando que elevações na taxa Selic não influenciariam diretamente nesses aspectos.
Em sua análise, Alckmin ressaltou que aumentos na taxa básica de juros não têm poder para provocar chuva e consequentemente aumentar a produção de alimentos, nem capacidade de reduzir preços do petróleo no mercado internacional. Adicionalmente, o vice-presidente teceu elogios à atuação do Federal Reserve (Fed), banco central americano, destacando seu êxito tanto no controle inflacionário quanto na manutenção dos níveis de emprego, sinalizando que o Banco Central brasileiro poderia adotar abordagem semelhante em suas decisões.