Donald Trump, em sua campanha para retornar à Casa Branca, promete implementar uma política agressiva de tarifas comerciais que pode reacender tensões globais. “Tarifas é uma palavra muito bonita para mim”, declarou o ex-presidente durante sua campanha eleitoral, sinalizando uma possível escalada nas disputas comerciais internacionais.
O plano de Trump inclui medidas significativas que podem impactar o comércio global:
* Proposta de aumento de até 20% nas tarifas sobre todos os produtos importados pelos Estados Unidos
* Foco especial na China, com impostos de 60% sobre produtos chineses importados
* Possibilidade de implementação por decreto presidencial, similar ao que fez em seu primeiro mandato (2017-2021)
* Maior margem de manobra política com potencial maioria absoluta no Congresso
Jeffrey Schott, do Peterson Institute for International Economics, alerta que “se as tarifas forem aplicadas indiscriminadamente, a aliados e concorrentes, isso pode ser um problema”. A China já manifestou preocupação, com a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, afirmando que “não haveria vencedores em uma guerra comercial”.
Os impactos econômicos previstos são substanciais:
* Aumento estimado de 525 bilhões de dólares por ano nos gastos dos consumidores americanos
* Potencial perda de 684.000 empregos
* Redução de 0,8 ponto percentual no PIB americano
* Elevação generalizada de preços ao consumidor
Jonathan Gold, vice-presidente da federação nacional de varejo (NRF), ressalta que as tarifas “no final, sairão do bolso dos consumidores na forma de preços mais altos”. Durante seu primeiro mandato, Trump utilizou as tarifas como ferramenta de negociação com parceiros comerciais, especialmente a China, buscando equilibrar a balança comercial.
A implementação dessas medidas pode enfrentar obstáculos na Organização Mundial do Comércio (OMC), embora seu sistema de resolução de disputas esteja atualmente comprometido. Trump apresenta as tarifas como meio de financiar cortes de impostos adicionais para os americanos, uma medida que poderia aumentar a fragmentação da economia global, preocupação já manifestada pelo FMI.