Uma significativa descoberta de nióbio na Sibéria, nordeste da Rússia, pela mineradora Polymetal, pode alterar o cenário global deste mineral estratégico, atualmente dominado pelo Brasil. A jazida, localizada em Tomtor, na República de Sajaá, é considerada a terceira maior do mundo e também contém grandes quantidades de terras raras.
A descoberta representa um marco importante no mercado global de nióbio, mineral essencial para diversas aplicações industriais e tecnológicas. A Rússia já planeja iniciar os estudos do projeto, com previsão de construção de uma planta de mineração até 2025, visando uma produção anual de 170 mil toneladas.
O nióbio é um metal raro e altamente valorizado, fundamental para diversos setores industriais:
* Na indústria siderúrgica, apenas 400 gramas do mineral por tonelada de aço aumentam significativamente sua resistência
* Sua principal forma de comercialização, o ferronióbio, é utilizado em automóveis, gasodutos e turbinas de aviões
* O mineral também é essencial para aparelhos de ressonância magnética, aceleradores de partículas e lentes ópticas
O Brasil mantém atualmente a liderança global na produção de nióbio, com importantes reservas:
* A mina em Araxá, Minas Gerais, operada pela CBMM, possui mais de 800 milhões de toneladas do mineral
* Em São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, existe uma reserva de 2,9 bilhões de toneladas, ainda não explorada por estar em território indígena
* Estudos indicam que as reservas brasileiras podem sustentar a produção por até 400 anos
O impacto da descoberta russa no mercado global ainda está sendo avaliado por especialistas. Embora o Brasil deva manter sua posição de liderança, a entrada da Rússia como produtora significativa pode alterar a dinâmica atual do mercado, especialmente se conseguir desenvolver uma exploração eficiente de suas reservas.
A expansão da produção global de nióbio traz também questionamentos sobre sustentabilidade e impactos ambientais, aspectos que precisarão ser considerados no desenvolvimento destes novos projetos minerais.