As enchentes que devastaram Valência e outras regiões da Espanha foram agravadas por uma onda de desinformação que se espalhou pelas redes sociais, causando pânico e prejudicando o trabalho das equipes de emergência. O desastre, que resultou em 219 mortes e 89 desaparecidos, foi intensificado por chuvas equivalentes ao volume anual em algumas localidades.
A disseminação de notícias falsas foi tão intensa que autoridades locais precisaram intervir publicamente. O presidente regional de Valência, Carlos Mazón, e o chefe da Brigada de Incêndio, José Miguel Basset, vieram a público combater a desinformação que circulava.
* Falso alerta de despejo para residentes próximos aos rios Magro e Mijares em Valência, contradizendo as orientações oficiais que apenas pediam para evitar as margens
* Divulgação de número de emergência falso durante a madrugada, colocando em risco a segurança pública
* Mensagens sobre supostas evacuações, transbordamentos e rompimentos de barragens que nunca aconteceram
* Alegações infundadas sobre “destruição de barragens” pelo governo de Pedro Sánchez
* Teorias conspiratórias sobre “geoengenharia climática” e negacionismo das mudanças climáticas
A Equipe de Apoio às Operações Virtuais (Vost) alertou sobre os riscos dessas mensagens falsas, que poderiam levar moradores a abandonar suas casas de forma desordenada, congestionando estradas danificadas e bloqueando o acesso de veículos de emergência.
“Essas “notícias falsas” que têm circulado por aí nos causaram problemas”, afirmou José Miguel Basset, destacando como a desinformação atrapalhou significativamente o trabalho das equipes de emergência.
Estudos científicos confirmaram que as chuvas torrenciais foram 12% mais intensas devido ao aquecimento global, segundo a rede World Weather Attribution. “A mudança climática mata e estamos vendo isso, infelizmente”, declarou Pedro Sánchez, criticando os negacionistas do aquecimento global.
A visita da família real espanhola e autoridades à região também gerou desinformação, com a circulação de fotos falsamente atribuídas à escolta real. Até mesmo uma imagem de um bombeiro exausto foi erroneamente compartilhada como sendo de alguém chorando por supostas mortes em um estacionamento subterrâneo.