Torcedores israelenses retornaram a Tel Aviv nesta sexta-feira (8) após serem vítimas de violentos ataques em Amsterdã, episódio classificado pelas autoridades como uma “explosão de antissemitismo”. Os incidentes ocorreram após a partida da Liga Europa entre Ajax e Maccabi Tel Aviv, que terminou com vitória do time holandês por 5 a 0.
A prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, relatou que grupos em motocicletas atacaram torcedores do clube israelense no centro da cidade, resultando em cinco pessoas hospitalizadas. “Nossa cidade foi profundamente machucada. A cultura judaica foi profundamente ameaçada. É uma explosão de antissemitismo que espero nunca mais ver”, declarou Halsema.
Cronologia dos eventos:
* Na quarta-feira, 24 horas antes do jogo, já havia tensão na cidade. Segundo o chefe da polícia Peter Holla, torcedores do Maccabi “destruíram um táxi” e uma bandeira palestina foi queimada na Praça Dam.
* Na quinta-feira à tarde, cerca de 100 torcedores israelenses se reuniram na Praça Dam, protegidos por forte esquema policial, antes de seguirem para o estádio Johan Cruyff.
* Após o jogo, gangues em motocicletas realizaram ataques coordenados contra torcedores israelenses, usando táticas de ataque e fuga que dificultaram a ação dos 800 policiais mobilizados.
As autoridades holandesas efetuaram 62 prisões relacionadas aos incidentes. Como resposta, a prefeita anunciou medidas mais rigorosas de segurança, incluindo a proibição temporária de manifestações e reforço policial na cidade.
O presidente israelense, Isaac Herzog, comparou as imagens aos ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023, enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou os eventos como “um ataque antissemita premeditado”. Em resposta, o exército israelense proibiu seu pessoal de viajar aos Países Baixos até segunda ordem.
O primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, condenou os ataques como “inaceitáveis” e garantiu estar em contato direto com todas as partes envolvidas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também condenou “energicamente esses atos inaceitáveis”.
Israel enviou dois aviões para repatriar seus cidadãos, com um deles já tendo retornado a Tel Aviv. O chanceler israelense Gideon Saar anunciou uma visita diplomática urgente à capital holandesa para tratar do incidente.