O ex-presidente Jair Bolsonaro manifestou interesse em recuperar seu passaporte, que está retido há um ano por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), com o objetivo de comparecer à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, programada para 20 de janeiro de 2025 em Washington.
A apreensão do documento ocorreu em fevereiro deste ano durante uma operação da Polícia Federal, no âmbito do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. O ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso, negou pedidos anteriores de devolução, argumentando que viagens ao exterior poderiam representar riscos às investigações em andamento.
* Bolsonaro e seus aliados têm buscado diferentes caminhos para recuperar o passaporte:
* Tentativas de intermediação foram feitas através do ex-presidente Michel Temer (MDB), que indicou Moraes ao STF em 2017
* Carlos Marun, ex-deputado e ex-ministro, apresentou os pedidos de Bolsonaro a Temer em meados deste ano
* O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é visto como possível interlocutor por ter bom relacionamento com Moraes
Após a vitória de Trump nas prévias republicanas, com 277 delegados conquistados, Bolsonaro celebrou nas redes sociais o que chamou de “vitória épica” de seu “amigo”. O ex-presidente brasileiro caracterizou o momento como “o ressurgimento de um verdadeiro guerreiro”.
Fabio Wajngarten, assessor e ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, também manifestou apoio publicando uma foto com um boné verde adaptado com a frase “Make America and Brasil Great Again”, em referência ao slogan de campanha de Trump.
Vale lembrar que Temer já atuou como mediador entre Bolsonaro e Moraes anteriormente, sendo o principal articulador de uma carta de desculpas do ex-presidente ao ministro do STF, após ataques feitos durante manifestação na Avenida Paulista em setembro de 2021.
As restrições impostas pelo STF permanecem válidas, e até o momento não há indicações de que os pedidos de Bolsonaro tenham chegado efetivamente ao ministro Alexandre de Moraes.