O terceiro trimestre de 2024 registrou um aumento alarmante na violência contra figuras políticas no Brasil, coincidindo com o período eleitoral das disputas municipais. O Observatório de Violência Política e Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) identificou 323 casos de violência, marcando o trimestre mais violento dos últimos cinco anos.
Este aumento significativo supera os números do mesmo período em 2020, quando foram registrados 236 casos. O estudo, que iniciou sua série histórica em 2019, revela uma escalada preocupante na violência política, especialmente durante as eleições municipais.
O levantamento incluiu novas categorias de violência, como semiótica, econômica e sexual, totalizando 510 casos em 2024.
São Paulo liderou o ranking com 58 ocorrências, incluindo 21 agressões físicas e três homicídios. O Rio de Janeiro ficou em segundo lugar com 42 casos, seguido por Ceará, Bahia e Paraíba. Ameaças foram o tipo mais comum de violência, com 80 casos registrados de julho a setembro.
Agressões físicas foram o segundo tipo mais comum, com 79 casos identificados, incluindo brigas entre vereadores e ex-prefeitos durante eventos políticos.
A violência política atingiu filiados de 25 dos 29 partidos brasileiros, com PT, MDB, União Brasil, PL e PSD liderando em número de vítimas.
Em resposta à escalada de violência, a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, anunciou a criação de um Observatório Permanente Contra a Violência Política.