As eleições municipais de 2024 no Brasil trouxeram um avanço tímido na representação feminina nas Câmaras Municipais. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 775 municípios não elegeram nenhuma mulher para o Legislativo local, uma redução em comparação com 2020, quando 929 cidades ficaram sem vereadoras. Apesar da melhora, isso ainda significa que aproximadamente um em cada sete municípios não terá representação feminina.
O porcentual de mulheres eleitas para as Câmaras Municipais subiu de 16,13% em 2020 para 18,24% em 2024. Nas capitais, o aumento foi mais expressivo, passando de 17% para 21%.
Minas Gerais liderou a eleição de vereadoras, com 1,3 mil mulheres escolhidas nas urnas, seguido por São Paulo, com 1,2 mil. Em contrapartida, Roraima teve o menor número de representantes, elegendo apenas 40 mulheres para os Legislativos municipais.
Nas capitais, cinco cidades atingiram ou superaram a marca de 30% de cadeiras ocupadas por mulheres: São Paulo (36%), Curitiba (32%), Porto Alegre (31%), Boa Vista (30%) e Cuiabá (30%). O aumento mais expressivo ocorreu em Cuiabá, onde a representatividade feminina saltou de 8% para 30%.
São Paulo, além de ter o maior colégio eleitoral do país, terá a maior proporção de vereadoras entre as capitais, com 36% das vagas. Entre os cinco nomes mais votados na capital paulista, dois são de mulheres: Ana Carolina Oliveira (Podemos) e Amanda Paschoal (PSOL).
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, se destacou com duas mulheres entre as mais votadas em capitais: Samantha Iris, em Cuiabá, e Priscila Costa, em Fortaleza. Em Belém, Silvane (MDB) foi a vereadora mais votada, assim como a petista Karla Coser, em Vitória.
Apesar dos avanços, especialistas consideram o progresso ainda insuficiente. Tauá Pires, diretora de Incidência do Instituto Alziras, comentou: ‘Considerando tanto o porcentual de mulheres no País, que é mais da metade da população, quanto o potencial em relação às candidaturas, percebemos que esse aumento ainda não é significativo’.
Para os Executivos municipais, o resultado também foi considerado pouco promissor. O número de prefeituras comandadas por mulheres subiu de 12,07% para 13,23% após o primeiro turno de 2024.