Terapia com células NK surge como nova esperança contra leucemia

Terapia com células NK surge como nova esperança contra leucemia

Pesquisas no Brasil avançam com tratamento inovador utilizando células ‘assassinas naturais’ para combater câncer no sangue

A leucemia, um tipo de câncer que afeta as células sanguíneas e a medula óssea, tem se mostrado um desafio complexo no tratamento, especialmente em adultos. As terapias celulares emergem como uma abordagem promissora, particularmente nos casos em que os tratamentos convencionais não são eficazes. Uma das terapias em destaque é a que utiliza células natural killers (NK), ou ‘assassinas naturais’.

• As células NK oferecem vantagens significativas em relação a outras terapias celulares, como a CAR-T. Virginia Picanço, coordenadora do Laboratório de Biotecnologia do Hemocentro da USP de Ribeirão Preto, explica: ‘Além do alto custo, que pode chegar aos milhões, a terapia com células CAR-T é autóloga, ou seja, utiliza as células do próprio paciente, que podem estar debilitadas por tratamentos anteriores’.

• As células NK podem ser extraídas do sangue periférico ou do cordão umbilical e armazenadas para uso futuro, tornando o tratamento mais rápido e menos dependente de processos individuais. Isso as torna uma solução ‘off the shelf’, disponível quando necessário.

• A hematologista Lucila Kerbauy, do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca: ‘Todos nós possuímos células NK, mas em pessoas com câncer elas podem se tornar menos eficazes em sua função’.

• Pesquisas com células NK contra leucemia estão em andamento no Brasil. Em 2021, uma equipe liderada pela médica Lucia Silla, da UFRGS, publicou um estudo pioneiro utilizando células NK para tratar leucemia mieloide aguda (LMA).

• O Hospital Israelita Albert Einstein iniciou uma pesquisa utilizando células NK de cordões umbilicais para tratar LMA em pacientes resistentes aos tratamentos tradicionais. O estudo já recebeu aprovação da Anvisa para testes em humanos.

• O hematologista Nelson Hamerschlak, do Einstein, afirma: ‘Se o tratamento for bem-sucedido, poderemos oferecer uma nova esperança a pacientes que atualmente têm poucas opções além dos cuidados paliativos’.

• A USP está desenvolvendo uma abordagem diferente, focada na modificação genética das células NK para torná-las mais específicas contra certos tipos de leucemia e linfoma.

• A utilização de cordões umbilicais como fonte de células NK é promissora. Lucila Kerbauy explica: ‘Ao redor do mundo, temos mais de 1 milhão de bolsas de células de cordão umbilical estocadas, incluindo aqui no Brasil. […] Com apenas um cordão umbilical, conseguimos tratar, no mínimo, 10 pessoas’.

O objetivo futuro é disponibilizar o tratamento com células NK como um ‘produto de prateleira’, tornando-o mais rápido e acessível. Kerbauy conclui: ‘Se demonstrarmos que é seguro nesse sentido, poderemos tratar qualquer pessoa, independentemente da compatibilidade genética’.

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