Seis meses após a maior tragédia climática e socioambiental do sul do país, o Rio Grande do Sul ainda luta para se recuperar. A enchente que devastou 58 cidades em maio de 2024 deixou um rastro de destruição que persiste até hoje, afetando milhares de famílias e transformando paisagens urbanas.
A enchente superou todos os recordes históricos, com o Rio Taquari atingindo 33,60 metros, quatro metros acima da marca anterior. O impacto foi tão severo que influenciou as eleições municipais, com a maioria dos prefeitos das cidades mais afetadas não conseguindo reeleição.
Em Arroio do Meio, estima-se que 13 mil dos 20 mil habitantes foram impactados. O comércio local foi duramente atingido, com centenas de estabelecimentos fechados.
Na região metropolitana de Porto Alegre, o sistema de prevenção de enchentes falhou, resultando em bairros inundados por um mês. Muitas famílias só puderam retornar em setembro, enfrentando um árduo processo de limpeza e recuperação.
O governo federal disponibilizou mais de R$ 2 bilhões em auxílios, beneficiando cerca de 370 mil famílias. O governo estadual arrecadou R$ 137,4 milhões via PIX SOS, distribuindo auxílios a famílias e microempreendedores.
Atualmente, 1.832 pessoas ainda vivem em 41 abrigos espalhados por 23 cidades. O governo instalou 192 casas temporárias e planeja entregar 1.900 moradias permanentes, sem prazo definido.
O estado disponibilizou R$ 60 milhões para Aluguel Social e Estadia Solidária, tendo beneficiado 6.467 famílias em 43 cidades até o momento.