O fim das eleições municipais deixa um gosto amargo para o governador Romeu Zema (NOVO). Em Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) foi reeleito prefeito, concretizando a soma de fracassos de Zema, iniciada na articulação de uma pré-candidatura do seu partido e finalizada no apoio pouco efeitivo a Bruno Engler (PL) no segundo turno.
Na capital do estado comandado por ele, Zema não conseguiu dar musculatura ao nome de Luísa Barreto (NOVO), sua secretária de Planejamento e Gestão, que era o nome escolhido para a disputa de BH. Sem engrenar nas pesquisas, a pré-candidatura de Luísa foi abortada e transformada numa candidatura a vice, na chapa encabeçada pelo deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos).
Por um momento, pareceu ser a escolha certa, mas com o avançar da campanha, Tramonte despencou nas pesquisas, somando apenas 15,2% dos votos no primeiro turno. Do plano B, Zema partiu para o plano C, que foi a aliança com o deputado Bruno Engler no segundo turno, para tentar derrotar o prefeito Fuad Noman.
Novamente, a estratégia de Zema falhou, com Fuad reeleito, virando a desvantagem que foi construída no primeiro turno.
Romeu Zema tem se colocado como um possível nome para o cenário nacional em 2026. Diz que não quer necessariamente ser candidato, mas estar ao lado de nomes da direita na disputa presidencial. O pleito de BH, no entanto, pode enfraquecer a nacionalização do seu nome.
A falha tripla na eleição da capital do estado governado por ele é um ponto fora da curva entre os demais nomes da centro-direita que são ventilados para o pleito presidencial. Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em uma campanha dura no primeiro turno, foi o grande cabo eleitoral da reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que ganhou com folga no segundo turno.
Em Goiás, Ronaldo Caiado (UNIÃO) bancou candidatura contra o nome escolhido por Bolsonaro, e também teve sucesso. No Paraná, Ratinho Jr (PSD) também foi bem-sucedido ao eleger o prefeito de Curitiba contra uma ‘bolsonarista raiz’.