A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou que a produtividade do trabalho na indústria brasileira recuou 0,3% no segundo trimestre de 2023. Este indicador representa a relação entre o volume produzido e o número de horas trabalhadas. Apesar da queda, a CNI interpreta o resultado como uma estabilidade no setor.
De abril a junho, a produção industrial apresentou um aumento de 0,9%, enquanto as horas trabalhadas cresceram 1,3%. A CNI explica que a produção manteve seu ritmo de crescimento, mas as horas trabalhadas, embora tenham aumentado, o fizeram em um ritmo menor que no trimestre anterior.
Ao considerar a produtividade pelo total de trabalhadores, em vez do número de horas, o indicador mostra resultados mais positivos, com uma alta de 0,4% no segundo trimestre. A CNI destaca que este é o melhor desempenho nesta medição desde o segundo trimestre de 2022.
A CNI projeta um crescimento da produtividade nos próximos trimestres. Esta expectativa baseia-se no fim dos ciclos de treinamento dos trabalhadores recém-contratados e nas recentes medidas do governo federal que visam melhorar as condições para investimentos na modernização industrial.
Entre 2013 e 2023, a produtividade da indústria brasileira acumulou uma queda de 1,2%. Este resultado reflete uma redução de 16,5% nas horas trabalhadas e uma diminuição ainda maior no volume produzido, de 17,4%.
A primeira metade da década, até 2018, registrou um crescimento acumulado de 7,1% na produtividade industrial. No entanto, este ganho foi neutralizado por uma queda de 7,8% na segunda metade do período.
A CNI atribui grande parte desta queda à retração da demanda e aos juros elevados, fatores que prejudicaram os investimentos no setor industrial.