A Polícia Civil do Rio de Janeiro está realizando uma operação contra um grupo criminoso especializado em golpes de empréstimo consignado. O esquema, que movimentou mais de R$ 1 bilhão desde 2015, envolve a criação de 15 empresas para operar uma pirâmide financeira, de acordo com investigações da polícia e do Ministério Público.
As autoridades estão cumprindo 12 mandados de busca e apreensão contra quatro integrantes da quadrilha, todos membros da mesma família, que aparecem como administradores das empresas envolvidas. Além disso, outras 39 pessoas foram denunciadas por estelionato.
• O grupo criminoso atuava de duas formas principais para enganar suas vítimas:
• Na primeira modalidade, a vítima era persuadida a contrair um empréstimo através de um banco indicado pelos criminosos. Os golpistas ofereciam 10% do valor do empréstimo para a vítima, exigindo que o restante fosse transferido para uma de suas empresas. Os criminosos prometiam se responsabilizar pelo pagamento integral do empréstimo, o que nunca acontecia.
• No segundo método, o grupo entrava em contato com pessoas que já possuíam empréstimos em andamento. Ofereciam uma redução nas parcelas por meio de compra da dívida, refinanciamento ou portabilidade, prometendo 10% do saldo devedor para a vítima. Na realidade, o grupo utilizava os dados pessoais da vítima para realizar um novo empréstimo.
• Quando o valor era creditado na conta da vítima, geralmente superior ao combinado, ela era orientada a devolver o excedente à empresa dos criminosos, sem saber que estava sendo enredada em um novo empréstimo fraudulento.
• Uma das vítimas do esquema acabou com uma dívida astronômica de R$ 327,6 mil, ilustrando a gravidade e o impacto devastador dessas fraudes.
• Os principais alvos do grupo eram militares, aposentados, pensionistas e servidores públicos, categorias que geralmente têm acesso facilitado a empréstimos consignados.
• A Justiça determinou o sequestro de bens e o bloqueio de R$ 1,4 bilhão das contas dos denunciados, uma medida drástica para tentar recuperar parte dos valores fraudados.
• Além das medidas financeiras, a Justiça também suspendeu a atuação empresarial dos acusados e das pessoas jurídicas envolvidas no esquema, buscando impedir a continuidade das atividades criminosas.