Petrobras avalia conversão de antigas plataformas na Bacia de Campos

Petrobras avalia conversão de antigas plataformas na Bacia de Campos

Grupo criado pela estatal definirá até meados de 2025 se descomissionará ou adaptará plataformas antigas, visando sustentabilidade e economia

A Petrobras está considerando uma importante mudança estratégica para suas antigas plataformas de petróleo na Bacia de Campos. Um grupo especialmente criado pela estatal tem até o final do primeiro semestre de 2025 para decidir entre descomissionar ou adaptar essas unidades. Esta iniciativa reflete uma nova abordagem da empresa frente aos desafios do mercado atual e às preocupações com sustentabilidade.

Wagner Victer, gerente executivo de Projetos Estratégicos da Petrobras, revelou detalhes sobre este plano inovador. Segundo ele, diversos fatores contribuíram para esta oportunidade:

O cenário global, incluindo guerras e estaleiros lotados no exterior, tem causado atrasos nas encomendas internacionais de plataformas.

A indústria está adotando uma visão mais sustentável, alinhada com os objetivos da Petrobras.

Durante a ROG 2024, feira do setor realizada no Rio de Janeiro, Magda Chambriard, presidente da Petrobras, confirmou o estudo para a conversão de plataformas antigas como a P-35, P-37 e P-47.

A solução proposta visa plataformas que seriam descomissionadas, um processo custoso que envolve quase 50 unidades da Petrobras e bilhões de dólares.

Victer destacou o aumento significativo nos custos de novas plataformas: ‘Plataformas que no passado você contratava a US$ 1,5 bilhão, hoje estão chegando a US$ 4 bilhões.’

A escassez de diques internacionais disponíveis tem causado atrasos em projetos no exterior, quebrando o paradigma de que construir no Brasil atrasaria os projetos.

Revitalização da Indústria Naval Brasileira

A Petrobras planeja contratar estaleiros brasileiros para converter as plataformas, alinhando-se com o objetivo governamental de revitalizar a indústria naval nacional.

Esta estratégia reverte a prática do governo anterior de se desfazer de campos com produção em declínio fora do pré-sal.

Victer enfatizou os benefícios ambientais: ‘É uma reciclagem gigante, engloba ESG e economia circular.’

O executivo ressaltou que esta prática não é nova na indústria, com várias plataformas da Petrobras já sendo resultado de conversões anteriores.

‘Além disso, quanto de siderúrgica você evitou, quanto de emissão e de solda e de aço você evitou. Então, tem ganhos’, acrescentou Victer.

A iniciativa tem gerado grande interesse no setor. Após o anúncio na ROG 2024, dezenas de empresas e sociedades classificadoras de plataformas procuraram a Petrobras para obter mais informações. Victer concluiu com otimismo: ‘Há uma oportunidade, e essa oportunidade tem de ser considerada dentro do nosso Plano de Negócios. Com certeza vai ser. E isso é uma visão muito positiva, de uma empresa que está perseguindo o custo, perseguindo prazo e agregando valor.’

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