Papa Francisco diversifica o Colégio de Cardeais com nomeações globais

Papa Francisco diversifica o Colégio de Cardeais com nomeações globais

Pontífice prioriza representatividade geográfica ao escolher novos cardeais, ampliando a voz das ‘periferias’ da Igreja Católica

O Papa Francisco nomeou 21 novos cardeais no último domingo, continuando sua tendência de diversificar o Colégio Cardinalício com representantes de várias partes do mundo. Esta ação, frequentemente interpretada como uma tentativa de influenciar a escolha de seu sucessor, na verdade reflete uma visão mais ampla de inclusão global na Igreja Católica.

Ao longo de seus 11 anos como pontífice, Francisco já nomeou cerca de 80% dos prelados que elegerão o próximo papa. No entanto, especialistas em assuntos da Igreja argumentam que suas escolhas não visam facilitar a eleição de um sucessor específico.

Alberto Melloni, historiador da igreja na Universidade de Modena-Reggio Emilia, afirma: ‘A ideia de que o papa é capaz de influenciar seu sucessor não é real. Não é nem mesmo sua agenda.’

As nomeações de Francisco têm priorizado a diversidade geográfica, com cardeais vindos de países como Haiti, Mianmar, República Centro-Africana e Mongólia. Entre os novos nomeados estão representantes da Argentina, Brasil, Chile, Peru, Equador, Itália, Reino Unido, Sérvia, Japão, Indonésia, Canadá, Costa do Marfim e Argélia.

Massimo Faggioli, professor da Universidade Villanova, observa: ‘É mais uma questão de geografia do que de teologia. Em geral, trata-se de dar voz àqueles que estão nas periferias… mais do que uma visão particular da Igreja.’

Francisco tem frequentemente escolhido figuras menos conhecidas em Roma ou líderes de comunidades católicas menores, desafiando tradições estabelecidas. Por exemplo, nos EUA, ele nomeou o bispo de San Diego como cardeal, mas não o arcebispo de Los Angeles.

O Papa demonstra preferência por uma Igreja que ele descreve como ‘machucada, ferida e suja porque esteve nas ruas’. Um exemplo notável é o cardeal Konrad Krajewski, que em 2019 restaurou a eletricidade para centenas de sem-teto em Roma, desafiando políticos locais.

Com as nomeações de Francisco, o número de países representados no colégio de cardeais eleitores aumentou significativamente, passando de menos de 50 em 2013 para pelo menos 67 atualmente, de acordo com estatísticas do Vaticano.

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