O secretário-geral da ONU, António Guterres, denunciou ataques de Israel que feriram membros das forças de paz da Unifil (Força Interina das Nações Unidas no Líbano) no sul do país. A ONU classificou a ação israelense como ‘deliberada’ e alertou que tais ataques podem constituir um crime de guerra.
Stéphane Dujarric, porta-voz de Guterres, enfatizou: ‘A equipe da Unifil e suas instalações nunca devem ser alvo de ataques’. Ele acrescentou que ‘Ataques contra as forças de paz violam o direito internacional. Podem constituir um crime de guerra.’
Em um incidente preocupante, veículos blindados das Forças de Defesa de Israel violaram deliberadamente a entrada de uma posição da ONU. Cinco soldados da Unifil ficaram feridos na última semana de combates no Líbano.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, negou que a Unifil seja alvo das ações militares de Israel. Ele afirmou ter ‘pedido repetidamente que [os capacetes azuis] deixem a zona de combate’, alegando que o Hezbollah usa as posições da Unifil como fachada para ataques.
Jean-Pierre Lacroix, chefe da Unifil, informou que a força de paz permanecerá em todas as suas posições, apesar dos pedidos de Israel para abandoná-las. A presença da Unifil no Líbano é uma determinação do Conselho de Segurança desde 1978.
Israel formalizou um pedido de extinção da Unifil junto à ONU, alegando que os capacetes azuis não garantem o cumprimento das resoluções das Nações Unidas. O governo israelense considera que a Unifil não cumpriu a resolução 1.701, de 2006, no monitoramento da área.
O Brasil condenou ‘veementemente’ os ataques de Israel contra a Unifil. Em nota, o Itamaraty repudiou as ‘violações sistemáticas’ e lembrou que militares brasileiros lideraram a força marítima da Unifil entre 2011 e 2021.