Um estudo recente realizado pela ULC-Energy, uma empresa de consultoria nuclear sediada em Amsterdã, sugere que graneleiros movidos a energia nuclear podem transformar o setor de transporte marítimo. A pesquisa indica que esses navios de carga poderiam navegar mais rápido, por mais tempo e com menores custos operacionais, enquanto reduzem significativamente as emissões de gases de efeito estufa.
O estudo comparou a eficiência da propulsão nuclear com combustíveis tradicionais, revelando que a energia nuclear pode ser uma alternativa sustentável para o transporte de cargas secas em larga escala. Os graneleiros são cruciais para o comércio global, transportando cargas como grãos, minérios e outros produtos secos.
A integração de um reator nuclear em um graneleiro Newcastlemax – uma das maiores categorias de graneleiros – não comprometeria a capacidade de carga. A adição do reator ocuparia um espaço mínimo, permitindo que o navio mantivesse sua capacidade de transporte.
A energia nuclear revelou-se a opção com menor custo operacional por tonelada transportada, superando tanto a amônia verde quanto o combustível convencional (VLSFO). Mesmo com o custo inicial mais alto para a construção de um navio com reator nuclear, a economia obtida com o combustível compensaria a longo prazo.
Dirk Rabelink, CEO da ULC-Energy, destacou a importância do estudo: ‘Esse estudo promove nossa visão de fornecer análises únicas sobre o uso de tecnologias nucleares em novos contextos’.
Um dos maiores atrativos da propulsão nuclear é sua contribuição para a sustentabilidade. O estudo indica que um graneleiro movido a energia nuclear poderia operar com zero emissões de gases de efeito estufa, representando um passo importante para a descarbonização da indústria naval.
Contudo, o estudo reconhece que ainda existem desafios significativos para a implementação dessa tecnologia. Além das complexidades operacionais, há questões regulatórias e de licenciamento que precisam ser superadas para viabilizar a adoção de reatores nucleares em embarcações comerciais.
Niels De Vries, chefe de energia da C-Job, vê o estudo como um marco importante: ‘Este estudo destaca como podemos colaborar com clientes e integrar sistemas de forma inovadora para tornar o transporte marítimo mais sustentável’.