Mulheres ganharam espaço no mercado de trabalho formal em 2024, diz estudo

Mulheres ganharam espaço no mercado de trabalho formal em 2024, diz estudo

Estudo da FGV revela aumento significativo na participação feminina em novos empregos formais, mas desigualdade salarial persiste

Um estudo recente do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre) revela uma mudança significativa no mercado de trabalho formal brasileiro. Em 2024, houve um aumento expressivo na participação das mulheres em novos empregos com carteira assinada, reduzindo a desigualdade de gênero no mercado de trabalho. No entanto, apesar desse progresso, os homens ainda ocupam a maioria das novas vagas e recebem salários médios mais altos.

O estudo ‘Quais os grupos mais beneficiados com o bom desempenho do mercado de trabalho em 2024?’, conduzido pelas pesquisadoras Janaína Feijó e Helena Zahar, destaca o crescimento expressivo na geração de empregos formais para mulheres:

‘Nos últimos oito meses, o mercado de trabalho tem apresentado um bom desempenho, com geração de postos formais acima das expectativas e elevação da média salarial’, afirma o texto, acrescentando: ‘Esse crescimento expressivo no saldo feminino gerou uma mudança na composição do saldo total, o tornando menos desigual’.

Em números absolutos, o saldo de postos de trabalho formais para mulheres aumentou 45,18%, passando de 551.237 em 2023 para 800.269 em 2024. Embora o saldo para homens ainda seja maior (926.290 em 2024), o crescimento foi menor, de 10,1%.

A participação feminina no saldo total de novas vagas subiu para 46,4% em 2024, comparado a 39,6% em 2023, indicando uma redução na desigualdade de gênero no mercado de trabalho formal.

Setores com maior crescimento para mulheres

O estudo identificou setores com forte absorção da mão de obra feminina. Destacam-se as ocupações de ‘Vendedores e prestadores de serviços de comércio’ e ‘trabalhadores de atendimento ao público’, com aumentos de 270% e 255,1%, respectivamente.

A participação das mulheres no saldo de ‘trabalhadores dos serviços’ aumentou de 54,8% para 61,5%, enquanto no saldo de ‘vendedores e prestadores de serviços do comércio’ dobrou, passando de 25,1% para 50,1%.

Persistência da desigualdade salarial

Apesar do avanço na participação feminina, a desigualdade salarial persiste. Em agosto de 2024, o salário médio real de admissão era R$ 2.156,86. Para homens, esse valor era de R$ 2.245, enquanto para mulheres era de R$ 2.031.

‘Ao longo dos últimos 13 meses, há pequenas variações mensais, mas a diferença entre os salários médios de homens e mulheres permanece evidente, com as mulheres consistentemente recebendo um salário médio de admissão em torno de 10% a 11% menor’, aponta o estudo.

O estudo baseia-se nos dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de agosto de 2024, que registrou um saldo positivo de 232.513 empregos formais no Brasil, representando um crescimento de 5,8% na criação de vagas formais em relação ao mesmo período do ano anterior.

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