O aquecimento global está causando um impacto significativo na vida dos ursos polares no Ártico. Cientistas estão alertando que o derretimento acelerado do gelo marinho está forçando esses animais a passarem períodos cada vez mais longos em terra firme, o que ameaça seriamente sua sobrevivência.
Os ursos polares dependem do gelo marinho para caçar focas, sua principal fonte de alimento. Com o aumento das temperaturas globais, o gelo está derretendo mais cedo na primavera e se formando mais tarde no outono, reduzindo o tempo que os ursos têm para se alimentar e acumular reservas de gordura.
Um estudo recente publicado na revista ‘Nature Climate Change’ revelou que algumas populações de ursos polares já estão experimentando períodos de jejum prolongados. Os pesquisadores observaram que em algumas regiões do Ártico, os ursos estão passando até 180 dias em terra, sem acesso adequado à sua presa principal.
Dr. Steven Amstrup, cientista-chefe da organização Polar Bears International, comentou: ‘Estamos vendo mudanças dramáticas no habitat dos ursos polares. Se não agirmos para mitigar as mudanças climáticas, podemos perder dois terços da população global de ursos polares até 2050’.
Os cientistas notaram que os ursos polares estão adaptando seu comportamento em resposta às mudanças ambientais. Alguns foram observados caçando em terra, perseguindo caribus ou procurando ovos de aves. No entanto, essas fontes alternativas de alimento não fornecem a nutrição adequada que os ursos precisam para sobreviver.
Imagens de satélite mostram que a extensão do gelo marinho do Ártico diminuiu cerca de 13% por década desde o final dos anos 1970. Esse declínio constante está reduzindo drasticamente o habitat disponível para os ursos polares.
A situação dos ursos polares também está afetando as comunidades indígenas do Ártico. Muitas dessas comunidades dependem da caça tradicional de ursos polares para subsistência e preservação cultural.
‘Nossa forma de vida está intrinsecamente ligada ao gelo e aos ursos’, disse Aqqaluk Lynge, um ativista inuíte. ‘As mudanças que estamos vendo não afetam apenas os animais, mas toda a nossa cultura e modo de vida’.