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A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, concedeu uma entrevista ao programa Fantástico, na qual revelou detalhes sobre a denúncia de importunação sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. A acusação resultou na demissão de Almeida do cargo ministerial. Franco prestou depoimento à Polícia Federal sobre o caso no início de outubro, enquanto Almeida nega veementemente as acusações.
Durante a entrevista, Anielle Franco se emocionou ao explicar por que inicialmente optou por não tornar público o episódio de importunação sexual. A ministra declarou que relembrar o incidente a fazia sentir-se ‘culpada, insegura e vulnerável’.
Franco enfatizou que, antes de trabalharem juntos no governo federal, ela e Silvio Almeida não tinham contato próximo. Mesmo em Brasília, segundo ela, não desenvolveram ‘nenhum tipo de intimidade’ que justificasse o comportamento dele.
A ministra relatou que começou a perceber algo errado no relacionamento com Almeida ao ‘sentir maldade’ em atitudes específicas e notar ‘intenções desrespeitosas’. Ela afirmou: ‘A gente sabe quando a pessoa vem de uma maneira ingênua ou de uma maneira respeitosa, ou não.’
De acordo com Franco, os assédios foram escalando ao longo de um período de ‘alguns meses’, na verdade, mais de um ano. Ela descreveu: ‘Começa com falas e cantadas mal postas, eu diria. E vai escalando para um desrespeito pelo qual eu também não esperava. Até situações que mulher nenhuma precisa passar, merece passar ou deveria passar.’
Quando questionada sobre um incidente específico, onde teria havido um toque inapropriado por baixo de uma mesa durante uma reunião em 16 de maio de 2023, a ministra confirmou, visivelmente emocionada.
Anielle Franco fez questão de enfatizar: ‘Nenhuma violência cometida por um indivíduo pode resumir ou diminuir a luta e a conquista do movimento negro. Uma luta que é histórica, uma luta que é de resistência. Assédio é assédio, violência é violência, importunação é importunação. Isso precisa ser combatido, independente de quem faça, independente de questão social ou racial. Isso precisa ser combatido. Isso não é tolerável. Não pode ser’.
A denúncia contra Silvio Almeida foi divulgada pela organização Me Too Brasil, levando à sua demissão do cargo de ministro dos Direitos Humanos e Cidadania pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Almeida, por sua vez, negou veementemente as acusações, classificando-as como ‘mentiras e falsidades’ e ‘ilações absurdas’, reafirmando seu compromisso com a luta pelos direitos humanos e cidadania no país.
