A candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara dos Deputados está ganhando força, com apoio significativo do alto escalão do PL. O partido, liderado por Valdemar Costa Neto e com influência do ex-presidente Jair Bolsonaro, discutirá o apoio oficial em uma reunião crucial nesta quarta-feira em Brasília.
O líder do Republicanos tem se destacado como uma opção atraente para diversos setores políticos, incluindo figuras-chave do PL. A decisão final sobre o apoio do partido, que possui a maior bancada da Câmara com mais de 90 deputados, será determinada por consenso, com forte tendência a seguir as opiniões de Bolsonaro e Valdemar Costa Neto.
Um ponto central na construção de apoios para Hugo Motta era o Projeto de Lei (PL) para anistiar os presos pelos atos do 8 de Janeiro. A bancada do PL exigia garantias de que a proposta fosse pautada, enquanto o PT se opunha.
Para evitar conflitos, o atual presidente Arthur Lira (PP-AL) tomou uma medida estratégica. Ele instalou uma comissão especial para discutir o PL da Anistia, satisfazendo tanto o PL, que vê uma oportunidade de debate, quanto o PT, que acredita que a proposta perderá força com essa manobra.
Lira manifestou publicamente seu apoio à candidatura de Motta, declarando: ‘O tema deve ser debatido pela Casa, mas não pode, jamais, pela sua complexidade, se converter em devido elemento de disputa política, especialmente no contexto das eleições futuras para a mesa diretora da Câmara’.
Seguindo a linha de Lira, Motta adotou uma postura cautelosa. Ele afirmou: ‘Misturar um tema tão importante e complexo com a eleição para a mesa diretora não é justo’. O candidato enfatizou a importância do equilíbrio e da convergência na condução desses assuntos delicados.
Motta demonstrou habilidade política ao abordar o PL da Anistia. Ele reconheceu a necessidade de debater o projeto e corrigir possíveis injustiças, mas também classificou os eventos de 8 de Janeiro como um ‘triste episódio de agressão às instituições democráticas do país’.