O governo de Romeu Zema (Novo) em Minas Gerais enfrenta novos desafios políticos após as eleições municipais. O apoio do governador a candidatos adversários daqueles apoiados por deputados estaduais da base aliada gerou atritos significativos, ameaçando a estabilidade da coalizão na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
A tensão ficou evidente quando uma reunião plenária foi suspensa durante a discussão do veto de Zema à equiparação salarial de oito carreiras do magistério público estadual. O governo orientou sua base a derrubar o quórum da sessão, evitando uma possível derrota na votação.
Em Uberlândia, o apoio de Zema ao vice-prefeito Paulo Sérgio (PP) em detrimento do deputado estadual Leonídio Bouças (PSDB), presidente da importante Comissão de Administração Pública, causou desconforto. Bouças, no entanto, afirmou: ‘O apoio do governador a candidato A, B ou C, incluído aí eu, não irá interferir nos meus posicionamentos na ALMG’.
A situação em Araguari também gerou mal-estar com o ex-líder do governo, Raúl Belém (Cidadania). O vice-governador Mateus Simões (Novo) apoiou a reeleição do prefeito Renato Carvalho (Republicanos), deixando de lado a irmã de Raúl, Maria Belém (PSD). Raúl minimizou o ocorrido: ‘Não quero polemizar, porque acho muito difícil para ele definir os apoios’.
Em Juiz de Fora, o apoio de Zema à deputada federal Ione Barbosa (Avante) teria criado indisposição com a deputada estadual Delegada Sheila (PL), cujo marido era adversário de Ione na disputa.
O PSD, partido do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, preterido por Zema em favor do deputado Bruno Engler (PL), garantiu que não deixará a base governista. Cássio Soares (PSD), líder do bloco de governo na ALMG, declarou: ‘Nós não vamos levar a este ponto. Temos muita responsabilidade com Minas Gerais’.