Governador do RJ nega saber sobre transplantes com HIV

Governador alega desconhecimento sobre transplantes com HIV no Rio

15 outubro 2024
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Cláudio Castro afirma ter sido informado apenas dias antes da notícia vir a público. Polícia Civil abriu inquérito sobre o caso.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), declarou que só tomou conhecimento do caso envolvendo seis pacientes infectados por HIV após transplantes de órgãos poucos dias antes da notícia se tornar pública. O incidente, que veio à tona na última sexta-feira (11), levantou sérias preocupações sobre a segurança dos procedimentos de transplante no estado.

Castro afirmou: ‘Eu soube no dia do fechamento do laboratório, coisa de uma semana e pouca atrás. O laboratório foi fechado e tomamos ciência e imediatamente determinei que procurassem as pessoas e que começasse toda a questão de contraprova’.

• O governador enfatizou as medidas tomadas após a descoberta do caso:

‘O Hemorio está fazendo todas as contraprovas. Mandei que fossem rescindidos todos os contratos que este laboratório possa ter com o governo do estado. Já estão suspensos cautelarmente e já estamos preparando a rescisão’, disse Castro durante o lançamento do Programa Rio Clima II no Palácio Guanabara.

• A Polícia Civil informou que só tomou conhecimento do caso no dia 11 de novembro, abrindo um inquérito no mesmo dia. Em nota, a corporação declarou: ‘imediatamente após tomar ciência do caso, o secretário, delegado Felipe Curi, determinou a instauração de inquérito policial’.

• A Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ) revelou que a situação foi descoberta em 10 de setembro, quando um paciente transplantado apresentou resultado positivo para HIV, vírus que não possuía antes do procedimento.

• O laboratório PCS Lab Saleme, contratado pelo governo estadual em dezembro do ano passado por R$ 11 milhões para realizar sorologia de órgãos doados, está no centro das investigações.

Conexões políticas e ações judiciais

• Um dos sócios do laboratório investigado, Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, é primo do ex-secretário de Saúde e atual deputado federal Doutor Luizinho, líder do PP na Câmara dos Deputados.

• No domingo (13), a juíza Flavia Fernandes de Melo, do Plantão Judiciário, determinou a prisão temporária de quatro pessoas ligadas ao laboratório, atendendo a um pedido da Polícia Civil.