O governo brasileiro decidiu adiar em 24 horas o início da operação de repatriação de brasileiros que desejam deixar o Líbano devido ao conflito na região. A aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) está atualmente em Lisboa, Portugal, aguardando confirmação para prosseguir com a missão.
O adiamento da decolagem, inicialmente prevista para esta sexta-feira, foi motivado por questões de segurança. A nova previsão é que o avião deixe o Líbano às 14h de sábado (5), horário de Brasília. Esta decisão foi comunicada aos brasileiros no Líbano pelo próprio governo.
O território libanês tem sido alvo de ataques israelenses em uma ofensiva contra o grupo extremista Hezbollah. Na noite de quinta-feira, Israel bombardeou as proximidades do aeroporto de Beirute, aumentando as preocupações com a segurança da operação.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, comentou sobre a situação: ‘O que eu queria dizer é que as garantias serão dadas pelas autoridades legais. Se houver algum episódio que não permita a aterrissagem claro que será adiado. Isso será resultado dos constantes encontros, reuniões e consultas com autoridades’.
A aeronave da FAB, modelo KC-30, faz parte da operação de resgate denominada ‘Raízes do Cedro’. O plano é retirar 220 brasileiros neste primeiro voo, priorizando idosos, mulheres, crianças e pessoas que necessitam de assistência médica.
Segundo o Itamaraty, quase 3 mil pessoas manifestaram interesse em retornar ao Brasil. A maioria é residente do Vale do Bekaa e da capital, Beirute. O brigadeiro Marcelo Damasceno, comandante da Aeronáutica, afirmou que o Brasil tem capacidade para repatriar 500 pessoas por semana.
A embaixada brasileira em Beirute está realizando consultas desde a semana passada, e a demanda tem aumentado diariamente. O Itamaraty está priorizando a saída por voos comerciais para aqueles com capacidade financeira, enquanto os demais entrarão na lista de repatriados do governo.
A decisão de iniciar uma missão oficial de repatriação foi tomada após uma conversa entre o presidente Lula e o chanceler Mauro Vieira, durante visita ao México. O conflito entre Israel e Hezbollah tem se intensificado desde 20 de setembro, resultando na morte de dois cidadãos brasileiros no Líbano.
O governo brasileiro continua monitorando a situação e ajustando os planos conforme necessário para garantir a segurança dos brasileiros na região.