Menu
Um estudo recente do Centro Universitário de Brasília (Ceub) revelou insights importantes sobre as motivações e emoções associadas à adoção do veganismo no Brasil. A pesquisa destaca que emoções positivas, como alívio da culpa e sensação de paz, são cruciais para a manutenção deste estilo de vida, enquanto sentimentos de revolta e culpa atuam como gatilhos iniciais para a adoção da filosofia vegana.
O número de brasileiros que se declaram vegetarianos tem crescido significativamente nos últimos anos, com estimativas apontando para cerca de 30 milhões de adeptos em 2018, segundo dados do Ibope Inteligência. Além disso, uma pesquisa mais recente do The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil) indicou que 67% dos brasileiros reduziram o consumo de carne nos 12 meses anteriores à pesquisa.
• O estudo do Ceub revelou a complexidade emocional por trás da jornada vegana. Diego Moreira, um dos pesquisadores, explicou: ‘A coexistência de afetos positivos e negativos demonstra a complexidade da jornada vegana, que envolve tanto a busca por um estilo de vida ético quanto o enfrentamento das injustiças ambientais e sociais’.
• A pesquisa também mostrou que 85% dos argumentos a favor do veganismo têm natureza ecocêntrica, colocando a natureza no centro das preocupações éticas e políticas.
• Adriana Araújo, servidora pública e vegana há 18 anos, compartilhou sua perspectiva: ‘Não é apenas uma dieta. É um modo de estar neste mundo que vai muito além da alimentação, é também uma forma de resistência ao capitalismo, que lucra muito com a exploração dos animais’.
• A decisão de Araújo de se tornar vegana foi influenciada pelo documentário ‘Terráqueos’, que aborda a dependência humana em relação aos animais. Ela comentou: ‘Eu despertei a minha consciência quando assisti e, a partir do momento que isso acontece, é um caminho praticamente sem volta’.
• Além das questões éticas, o veganismo também é visto como uma forma de combater os impactos ambientais, especialmente aqueles causados pela pecuária. Em 2021, a criação de gado foi responsável por 75% do desmatamento em terras públicas na Amazônia.
• A nutricionista Fernanda Larralde enfatiza a importância do acompanhamento nutricional ao adotar uma dieta vegana: ‘Não dá para fazer isso por conta própria’. Ela alerta sobre a necessidade de atenção à qualidade nutricional dos alimentos, evitando produtos ultraprocessados.
• Larralde destaca a importância da suplementação de vitamina B12 e ferro, nutrientes geralmente obtidos de fontes animais. Ela também recomenda a ingestão de proteínas vegetais de leguminosas como lentilha, feijão, ervilha e soja orgânica.
• Para pais veganos, a nutricionista aconselha cautela na introdução do veganismo para crianças, sugerindo esperar até por volta dos 12 anos de idade.
• Por fim, Larralde ressalta os benefícios potenciais de uma dieta vegana bem planejada, incluindo maior ingestão de fibras, vitaminas e minerais, além de possíveis melhorias no sono, humor e disposição.
