Enio Fonseca: ‘Mudanças climáticas e as nossas matrizes elétrica e energética’

Enio Fonseca: ‘Mudanças climáticas e as nossas matrizes elétrica e energética’

Ninguém está indiferente aos aspectos que dizem respeito às questões climáticas, ambientais e de sustentabilidade.

Recentes acontecimentos, denominados desastres naturais, como secas e grandes incêndios florestais em vários biomas do mundo, grandes cheias, terremotos, acidentes diversos como vazamento de óleo, rompimento de barragens, extremos climáticas, afetando a produção e a qualidade de vida, o aumento de espécies em risco de extinção, a pobreza, a fome, as emissões de gases de efeito estufa, pandemias, questão energéticas, gestão da água e tantos outros, fazem parte da rotina e dos debates das sociedades contemporâneas.

Responsáveis por expressivos danos e perdas, de caráter social, econômico e ambiental, os desastres naturais têm tido uma recorrência e impactos cada vez mais intensos, sendo que muitos ambientalistas, cientistas, jornalistas e parte da população mundial acreditam que suas ocorrências em tempos recentes já sejam resultado das mudanças climáticas globais.

São inúmeros os desastres naturais existentes sendo os principais os ciclones, furacões ou tufões; endemias; epidemias e pandemias; erupções vulcânicas; fenômenos erosivos extremos; incêndios florestais; inundações; rajadas violentas de vento; secas: sismos; tempestades; terremotos; tornados e tsunamis.

Dado a dinâmica climatológica e geológica do planeta, a maioria dos agentes causadores dos extremos climáticos e desastres naturais que ocorrem nos diferentes continentes, e ao longo da história, não podem ser simplesmente evitados.

Contudo, seus impactos podem ser reduzidos mediante conhecimento científico dos fenômenos associados, monitoramento e adoção de inúmeras ações de prevenção, preparação e respostas.

Não devemos confundir desastres ambientais naturais com: Negligência, imprudência, imperícia, desídia,ineficiência.

Mudanças Geoclimáticas não são fenômenos recentes, eles acontecem ao longo do tempo, em diferentes magnitudes e impactos.. A terra tem 4,5 bilhões de anos…

Clima, é definido como ‘tempo meteorológico médio’, ou mais precisamente, como a descrição estatística de quantidades relevantes de mudanças do tempo meteorológico num período de tempo, que vai de meses a milhões de anos, sendo levado em conta um período clássico de 30 anos.

Os cientistas identificaram muitos episódios de mudanças climáticas durante a história geológica da Terra; mais recentemente, desde a revolução industrial o clima cada vez mais tem sido afetado por atividades humanas impactando o aquecimento global, naqueles episódios denominados como extremos climáticos, causados sobretudo pelo El Nino e La Nina, que atuam desde sempre no planeta.

A seca e a chuva foram os desastres que ocorreram com mais frequência no Brasil entre 2013 e 2023.

Foram registradas 24.078 decretações decorrentes da seca, sendo responsável por 41,4% do número total de 59.311 decretações, e 16.366 decretações por excesso de chuva,, representando 27% do total

Na comparação com outras 184 nações, o Brasil está em 86º lugar no potencial de resistir e se adaptar aos efeitos das mudanças ( ou extremos) climáticas.

A transição energética (redução da emissão de carbono nas atividades humanas) é a resposta que a ONU vem preconizando, porém o seu custo para o mundo pode chegar a US$ 9 trilhões. Em 2023, o mundo investiu US$ 1,7 trilhão na transição energética, o que é quase o PIB do Brasil.

O setor elétrico está envolvido em vários planos para lidar com a emergência climática, incluindo:

  • Plano Clima: O Brasil está a elaborar um novo Plano Clima que será apresentado na próxima COP, em Belém, em 2025. Este plano inclui metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e se adaptar aos impactos das alterações climáticas. O plano será baseado em dados técnico-científicos e na participação da sociedade.

  • Roadmap da EPE: A EPE está elaborando um Roadmap para fortalecer a resiliência do setor elétrico às mudanças climáticas. O Roadmap será finalizado em dezembro de 2025 PPR – Plano de Recuperação dos Reservatórios de Regularização de Usinas Hidrelétricas do País conforme disposto na Lei no 14.182, de 12 de julho de 2021.

Do ponto de vista de nossa geração deenergia, não podemos perder de vista que a matriz energética brasileira é 49,1% renovável (2023), como aponta o Balanço Energético Nacional (BEN) 2024 – elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em parceria com o MME. O percentual é muito superior ao observado no resto do mundo, em torno de 14,7%. O percentual de renováveis na matriz elétrica também aumentou, subiu para 89%, enquanto no mundo é de apenas 29%.


Em 2011 a participação da fonte hidráulica na matriz elétrica nacional era de 81%, valor reduzido para 75% em 2012, 69% em 2013 sendo hoje de cerca de 50%% de acordo com o Balanço Energético Nacional.

Além de continuar a investir em um novo modelo de transporte de cargas e pessoas e eliminar as queimadas, temos de continuar a investir em novos sistemas de transmissão e a priorizar as fontes de geração renováveis, como solar, eólica, biocombustíveis, biomassa, sem negligenciar as demais fontes que país dispõe e que precisam ser consideradas numa transição energética justa, e sob a ótica de segurança energética.

É preciso atentar que a falta de novos reservatórios agrava a situação em termos de fontes renováveis consideradas firmes, ao contrário das fontes renováveis intermitentes como as solares,e eólicas, e essa situação prejudica os usos múltiplos como abastecimento humano, dessedentação animal e agricultura.

E por fim, acompanhando o especialista Décio Michaelis, parceiro em muitos livros e artigos, inclusive neste, porque não investir mais na energia nuclear, uma fonte limpa, que não emite gases efeito estufa e assim com a hidreletricidade, é de caráter firme, funcionando 24 hs?

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Enio Fonseca
Enio Fonseca
CEO da Pack of Wolves , foi Sup. do Ibama em MG, sup. Gestao Ambiental Cemig ,Conselheiro do Copam, Conselheiro do FMASE, Diretor da ALAGRO e da Sucesu- MG.

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CEO da Pack of Wolves , foi Sup. do Ibama em MG, sup. Gestao Ambiental Cemig ,Conselheiro do Copam, Conselheiro do FMASE, Diretor da ALAGRO e da Sucesu- MG.
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