A corrida pela presidência do Partido dos Trabalhadores (PT) está ganhando novos contornos, com a emergência de uma candidatura representando o Nordeste. O deputado José Guimarães (PT-CE) surge como um forte concorrente, atendendo a uma reivindicação dos petistas nordestinos, região onde o partido tem obtido seus melhores resultados eleitorais nos últimos anos.
Esta movimentação revela uma tensão interna no partido, especialmente dentro do grupo majoritário Construindo um Novo Brasil (CNB). Um influente membro do PT, próximo ao Palácio do Planalto, admitiu a existência de um ‘tensionamento’ entre os dirigentes nordestinos e a máquina partidária dos estados do Sudeste devido a essa pretensão.
Nas duas últimas eleições internas do PT, o desejo dos petistas nordestinos foi ignorado em favor da escolha pessoal do presidente Lula, que apoiou a eleição de Gleisi Hoffmann. Agora, o cenário parece estar mudando.
O nome mais forte até o momento para a presidência do PT é Edinho Silva, ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo Dilma Rousseff e atual prefeito de Araraquara (SP). Edinho é apontado como o preferido de Lula, conforme declaração do ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, em entrevista ao PlatôBR.
No entanto, a candidatura de Edinho enfrenta desafios. Ele não conseguiu eleger sua sucessora em Araraquara, a candidata Eliana Honain (PT), o que pode enfraquecer sua posição.
Há expectativas de que outros nomes surjam na disputa, além de Edinho Silva e José Guimarães. Petistas preveem a possibilidade de um terceiro candidato do campo majoritário, assim como candidaturas de grupos mais à esquerda que buscam espaço na direção do partido.
No círculo próximo a Lula, existe um movimento para persuadir José Guimarães a focar em outras frentes políticas. Paulo Teixeira sugere que o deputado cearense deve se concentrar em uma possível candidatura ao Senado nas próximas eleições, o que poderia dificultar a conciliação com a presidência do partido.