O depoimento de Lucas Paquetá à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas foi adiado para 3 de dezembro. O jogador do West Ham e da seleção brasileira foi convidado pelos senadores para esclarecer acusações de envolvimento em um suposto esquema de apostas em partidas ocorridas em 2022 e 2023.
O adiamento foi solicitado pela defesa do atleta e aceito pela CPI, conforme confirmado pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), presidente da comissão. ‘Foi definido hoje o adiamento. Ele (Paquetá) está preparando a defesa dele’, disse o senador.
Paquetá está sendo investigado pela Associação de Futebol da Inglaterra (FA) por má conduta em quatro jogos do West Ham no Campeonato Inglês. Ele é acusado de forçar cartões amarelos para beneficiar apostadores, algo que o jogador nega veementemente.
Os advogados de Paquetá argumentaram que o atleta está focado em elaborar sua defesa para a federação inglesa, a ser apresentada em dezembro, com uma audiência na FA marcada para março de 2025. ‘Nessas condições, entendemos que sua participação em um depoimento perante a CPI na data agendada poderia comprometer o exercício pleno de seu direito de defesa, gerando o risco de decisões inconsistentes e especulações midiáticas desnecessárias’, afirmou a defesa.
A investigação da FA já dura um ano e envolve cartões amarelos ‘suspeitos’ recebidos por Paquetá em partidas contra Leicester, Aston Villa, Leeds United e Bournemouth. O jogador pode enfrentar uma possível suspensão caso as fraudes sejam comprovadas.
Recentemente, o nome de Paquetá voltou à pauta brasileira após uma reportagem publicada pelo UOL apontar transferências bancárias de familiares do meio-campista para Luiz Henrique, do Botafogo. Essa informação foi anexada à investigação em curso na Inglaterra.
Enquanto isso, Bruno Tolentino, tio de Lucas Paquetá, mantém sua data de depoimento para esta quarta-feira. No entanto, ele obteve um habeas corpus no STF, concedido pelo ministro Nunes Marques, permitindo que permaneça em silêncio durante a oitiva.
A convocação de Bruno Tolentino está relacionada à sua suposta participação em operações financeiras suspeitas. Segundo o requerimento do senador Kajuru, ele e seu filho teriam transferido R$ 40 mil ao atacante Luiz Henrique, após este receber dois cartões amarelos quando jogava pelo Betis, na Espanha.
‘A oitiva do convocado será fundamental para elucidar o contexto das transferências financeiras, os detalhes de suas apostas e possíveis influências nas competições’, justificou Kajuru, ressaltando a importância desses depoimentos para a investigação em curso.