A cidade de São Paulo enfrenta um apagão que já dura cinco dias, resultando em prejuízos significativos para os setores de varejo e serviços. Segundo dados divulgados pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), as perdas já atingiram a marca de R$ 1,65 bilhão, sendo R$ 1,1 bilhão no setor de serviços e R$ 536 milhões no varejo paulistano.
A situação é alarmante, considerando que aos finais de semana, esses dois setores costumam faturar mais de R$ 3 bilhões, de acordo com a organização.
A FecomercioSP destacou o impacto generalizado da falta de energia. ‘Muitas empresas estão contabilizando perdas a cada dia sem luz, como mercados, restaurantes, farmácias e lojas do varejo, além de serviços que ficam impossibilitados de operar, já que, além da energia, estão sem acesso à Internet’.
Além das perdas diretas, a Federação enfatizou os custos adicionais que os estabelecimentos tiveram que assumir. Muitos se viram obrigados a alugar geradores, contratar mão de obra extra ou comprar combustível para manter seus dispositivos em funcionamento.
A Enel, companhia responsável pelo fornecimento de energia, informou que já restabeleceu a luz para 1,8 milhão de residências. No entanto, não há previsão para a normalização completa do serviço.
Darcio Dias, diretor de operações da Enel, explicou a complexidade da situação: ’17 linhas de transmissão foram afetadas e que o trabalho das equipes não é uma operação simples’.
O Ministério de Minas e Energia também se pronunciou sobre o caso. O ministro Alexandre Silveira anunciou que 400 técnicos de outras concessionárias foram convocados para auxiliar no restabelecimento da energia em São Paulo. Além disso, profissionais da Enel no Chile, Argentina, Itália e Espanha também foram chamados para reforçar as equipes.
Silveira também fez críticas à gestão municipal, afirmando que 50% das ocorrências foram causadas por árvores que caíram sobre a rede elétrica, e cobrou do prefeito Ricardo Nunes (MDB) mais atenção ao projeto urbano da cidade.
A tempestade que desencadeou essa crise ocorreu na sexta-feira (11), com ventos que ultrapassaram 107 km/h, os mais fortes em três décadas segundo a Defesa Civil. O evento deixou ao menos sete pessoas mortas na Grande São Paulo, afetando principalmente as regiões oeste e sul da cidade, além de municípios vizinhos como Carapicuíba, Taboão da Serra, Cotia, Osasco e Barueri.
O ministro Alexandre Silveira estabeleceu um prazo até quinta-feira (17) para que os problemas de maior volume sejam solucionados, demonstrando a urgência da situação e a pressão sobre a Enel para normalizar o fornecimento de energia na capital paulista.