Acordo de Mariana deve superar valor da tragédia de Brumadinho, diz Zema

Acordo de Mariana deve superar valor da tragédia de Brumadinho, diz Zema

Governador de Minas Gerais afirma que novo acordo para reparação dos danos em Mariana será maior devido à extensão do desastre ambiental

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou que o acordo para determinar os valores a serem pagos pelas mineradoras Vale e BHP pelos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, deve superar o valor da repactuação pela tragédia de Brumadinho. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (17 de outubro), em São José da Varginha.

Zema expressou confiança na assinatura do acordo, que pode ocorrer ainda neste mês de outubro, e destacou a intenção de punir exemplarmente as mineradoras responsáveis pelos rompimentos de barragens em Minas Gerais.

O governador enfatizou a magnitude do desastre, afirmando: ‘Pelo dano ambiental, pela extensão do dano que abrangeu dois Estados, Minas e Espírito Santo, mais de 100 municípios… terá, inclusive, um valor maior do que a tragédia de Brumadinho. O que nós queremos é punir exemplarmente quem polui o meio ambiente, quem ceifa vidas, quem causa esse tipo de sofrimento’.

Zema criticou duramente a atuação da Fundação Renova, responsável pelos programas de reparação em Mariana, declarando: ‘Nós temos a Fundação Renova, que já se provou totalmente inadequada para poder atender os atingidos, para poder fazer qualquer tipo de ressarcimento. A fundação já consumiu mais de R$ 30 bilhões, mas nós não vimos um hospital, nós não vimos 1 km de estrada. O que vimos foi só a contratação de consultorias, de perícias, nada além disso. Tem alguém que está se beneficiando muito’.

O governador também ressaltou as melhorias nos critérios de segurança para outras barragens em Minas Gerais após a tragédia de Brumadinho, afirmando que o estado está cada dia mais seguro, embora ainda exista uma ‘dívida eterna’ com as famílias das vítimas.

A previsão é que o acordo de reparação pelos danos provocados em Mariana seja assinado entre os dias 24 e 29 de outubro, nove anos após o rompimento da barragem. A última proposta apresentada pela Samarco prevê a destinação de mais R$ 82 bilhões em dinheiro ao longo de 20 anos, além de R$ 21 bilhões em ações a serem desenvolvidas pela empresa ou suas acionistas.

Por outro lado, a União e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo reivindicam ao menos R$ 109 bilhões em dinheiro, com pagamentos distribuídos ao longo de 12 anos.

O governador Zema concluiu reiterando a importância de uma reparação justa: ‘É uma dívida que nunca será paga, mas que, pelo menos, nós estamos demonstrando que o recurso dessa multa tem sido aplicado da forma mais criteriosa possível’.

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