A vida na Estação Espacial Internacional (ISS) é uma experiência única que poucos têm o privilégio de vivenciar. Astronautas que passaram tempo na estação, localizada a 400 km acima da Terra, compartilham detalhes fascinantes sobre o cotidiano no espaço, desde a rotina diária até os desafios e maravilhas de viver em microgravidade.
O dia na ISS começa cedo, por volta das 06:30 GMT (03:30 horário de Brasília). Os astronautas deixam seus quartos compactos no módulo Harmony, que a astronauta Nicole Stott descreve como tendo ‘o melhor saco de dormir do mundo’.
A manutenção da estação e os experimentos científicos ocupam grande parte do dia. Chris Hadfield, ex-comandante da ISS, compara o interior da estação a ‘muitos ônibus juntos’, destacando sua amplitude.
Os astronautas servem como ‘cobaias’ para estudos científicos. Nicole Stott explica: ‘O espaço coloca seus ossos e músculos em um processo de envelhecimento acelerado, e os cientistas podem aprender com isso’.
As caminhadas espaciais são momentos extraordinários. Hadfield, que realizou duas, descreve: ‘Aquelas 15 horas ao ar livre, sem nada entre mim e o universo além do meu visor de plástico, foram as mais espetaculares da minha vida’.
O ‘cheiro do espaço’ é uma peculiaridade notável. Helen Sharman, primeira astronauta britânica, explica que objetos expostos à radiação espacial adquirem um odor metálico quando retornam à estação.
O exercício é crucial na ISS. Os astronautas dedicam duas horas diárias a atividades físicas para combater os efeitos da microgravidade nos ossos e músculos.
A higiene pessoal apresenta desafios únicos. Nicole Stott menciona que o suor não escorre, formando uma camada no corpo: ‘Eu sentia o suor crescendo no meu couro cabeludo — eu tinha que esfregar minha cabeça’.
As refeições são momentos de convivência. A comida vem principalmente em pacotes, e os astronautas são selecionados por suas habilidades interpessoais para minimizar conflitos.
A vista da Terra é transformadora. Helen Sharman reflete: ‘Ver a Terra tão claramente, os redemoinhos de nuvens e os oceanos, me fez pensar sobre os limites geopolíticos que construímos e como na verdade estamos completamente interconectados’.
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