PT enfrenta desafios para reconquistar prefeituras no Grande ABC

PT enfrenta desafios para reconquistar prefeituras no Grande ABC

Partido busca recuperar espaço nas eleições municipais de 2024, mas pesquisas indicam cenário desfavorável na região que já foi seu bastião

O Partido dos Trabalhadores (PT) enfrenta um cenário desafiador nas eleições municipais de 2024 no Grande ABC paulista, região que já foi considerada um bastião do partido. Apesar de liderar o governo federal, o PT luta para recuperar sua influência em uma área que passou por significativas mudanças demográficas e socioeconômicas nas últimas décadas.

Em fevereiro deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma provocação aos colegas de partido durante um evento de filiação, lembrando que o PT já governou as principais cidades do Grande ABC, mas hoje administra apenas Mauá e Diadema. Lula questionou: ‘O que aconteceu conosco? Onde foi o erro? Em que momento a gente não fez a lição de casa?’

• A eleição municipal de 2020 foi particularmente traumática para o PT, marcando a primeira vez desde a redemocratização que o partido não elegeu nenhum prefeito em capitais. Além disso, perdeu espaço em importantes prefeituras pelo país e registrou sua pior votação em São Paulo.

• Atualmente, o PT governa apenas dois dos sete municípios do Grande ABC: Mauá e Diadema. As pesquisas eleitorais mostram que o partido disputa a liderança somente nessas duas cidades, onde os candidatos à reeleição estão tecnicamente empatados com outros concorrentes e lideram o índice de rejeição.

• O cientista político Claudio Couto, professor da FGV-EAESP, explica que as mudanças na região afetaram a base eleitoral do PT: ‘Essas regiões passaram por um processo de certa desindustrialização ou expansão de outros âmbitos de atividade econômica. Assim, essas cidades mudaram em relação ao que era na década de 80, quando o PT estava em seu auge, e até mesmo ao longo de boa parte dos anos 90’.

• Um levantamento do Dieese mostra que o número de filiações sindicais na região caiu quase pela metade desde 1990, passando de 176.817 para 96.926 até julho deste ano, refletindo as transformações no perfil da força de trabalho local.

• Na Grande São Paulo, o cenário também é desafiador para o PT. O partido não lidera as pesquisas em nenhuma das 39 cidades da região. Em 2012, no auge do governo Lula, o PT chegou a eleger prefeitos em quase um terço dessas prefeituras.

• A estratégia do PT para reconquistar as prefeituras do Grande ABC ainda se apoia fortemente na figura de Lula. O presidente tem participado de eventos na região, como a visita às obras do primeiro CEU de Diadema e a convenção do partido em São Bernardo do Campo.

• Em São Bernardo do Campo, berço político de Lula, o PT enfrenta dificuldades. Uma pesquisa recente da Paraná Pesquisas mostra o candidato petista Luiz Fernando em quarto lugar, com 17,3% das intenções de voto, atrás de Alex Manente (Cidadania), Marcelo Lima (Podemos) e Flávia Morando (União Brasil).

• Em Santo André, a candidata do PT, Bete Siraque, enfrenta alta rejeição, com 35,5% dos eleitores afirmando que não votariam nela de jeito nenhum. Nas intenções de voto, ela soma 13,4%, empatada com o candidato do PL, Luiz Zacarias.

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