O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está se preparando para seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU em Nova York. Um rascunho do texto que circulou no governo nos últimos dias indica que o presidente poderá abordar as ameaças que as redes sociais representam para a democracia, destacando seu impacto na difusão de desinformação e mentiras. As informações são do colunista Jamil Chade, do UOL.
O discurso de Lula está sendo cuidadosamente elaborado com a participação de diversos departamentos do Itamaraty e da missão brasileira junto à ONU. A inclusão do tema das plataformas digitais reflete a preocupação do presidente, especialmente em relação ao comportamento do bilionário Elon Musk e o uso do X (anteriormente Twitter).
A viagem de Lula a Nova York será marcada por uma série de eventos importantes. No domingo, o presidente participará da Cúpula do Futuro, organizada pela ONU, onde deve reforçar o apelo por uma reforma do sistema internacional de poder e abordar questões ambientais.
Na segunda-feira, Lula será convidado para um evento organizado pelo ex-presidente dos EUA, Bill Clinton.
O ponto culminante da viagem será na terça-feira, com a abertura da Assembleia Geral. Lula, sendo o primeiro a discursar, aproveitará a ocasião para enviar uma mensagem como presidente do G20 e convocar os países para a COP30 em 2025.
Durante uma recente reunião do Brics, o assessor especial da presidência, Celso Amorim, já enviou um recado indireto a Elon Musk, afirmando: ‘Nenhuma empresa ou indivíduo deve pensar que está acima da lei só porque está conduzindo seus negócios internacionalmente pela Internet’.
Amorim também destacou: ‘Nossa soberania não está à venda’ e ‘A liberdade de expressão, que respeitamos totalmente, não pode ser usada indevidamente como licença para agressão contra nossas instituições democráticas’.
O assessor ainda abordou a questão da Inteligência Artificial, alertando para os riscos de ela estar apenas nas mãos de poucos países e suas implicações éticas.
Durante sua estadia em Nova York, Lula presidirá uma reunião com cerca de 20 países para discutir estratégias contra a extrema direita e as ameaças à democracia. O governo brasileiro recebeu mais de 30 pedidos de encontros com chefes de estado estrangeiros, priorizando aqueles que não fazem parte do G20.