Na manhã de quinta-feira (19), a Polícia Civil deflagrou a ‘Operação Midas’ em cinco cidades de Minas Gerais, visando desmantelar uma organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro. As ações ocorreram em São Sebastião do Paraíso, Passos, Guaxupé, Guaranésia e Piumhi.
Durante a operação, 11 mandados de prisão e 37 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. As autoridades apreenderam 75 veículos de luxo, incluindo dois Porshes, um Audi, duas BMWs e 28 caminhonetes, além de dinheiro em espécie, cheques, joias, celulares, munições e três armas de fogo. Até o início da tarde, as apreensões ainda estavam sendo contabilizadas.
Os alvos das operações incluíram 13 garagens em diferentes municípios, sendo a maioria localizada em São Sebastião do Paraíso. Além das apreensões, a operação resultou no sequestro de 17 imóveis e no bloqueio de mais de 120 contas bancárias, com a expectativa de recuperar cerca de R$ 60 milhões.
Cerca de 150 policiais participaram da ação, que também contou com o apoio de um helicóptero da corporação. As investigações, iniciadas em 2021, revelaram que a organização era composta por empresários que atuavam na venda de veículos.
De acordo com o delegado Rafael Gomes, o principal financiador do grupo é investigado por lavagem de dinheiro em Ribeirão Preto (SP) e teria enviado recursos de origem suspeita para os empresários. “Indícios mostram que, no início, o grupo recebeu aportes financeiros ilícitos que permitiram um crescimento desproporcional dos negócios”, afirmou.
A organização utilizava vendas fictícias de veículos para ocultar a origem do dinheiro, mantendo os automóveis entre os integrantes sem efetuar as transferências reais. “Descobrimos vendas fantasmas, onde veículos eram anunciados como vendidos, mas permaneciam na posse do grupo. Essa estratégia era uma forma de lavagem de dinheiro”, explicou o delegado. Ele também destacou o uso de “laranjas”, já que muitos envolvidos apresentavam patrimônios incompatíveis com suas declarações de renda.
As investigações continuam, com foco em desmantelar essa prática de “lavagem em cadeia”, onde o dinheiro já lavado passa por novos processos de ocultação.