Os Estados-membros da ONU iniciaram na terça-feira (17) um debate sobre um projeto de resolução palestino que visa encerrar a ocupação israelense dos territórios palestinos dentro de um ano. A proposta, baseada em uma recente recomendação da Corte Internacional de Justiça (CIJ), já gerou forte oposição de Israel.
Em julho, a CIJ declarou que ‘a presença contínua de Israel nos territórios palestinos ocupados é ilícita’ e enfatizou a obrigação de Israel de ‘pôr fim a essa situação o mais rápido possível’. Com base nessa decisão, países árabes solicitaram uma nova sessão especial na ONU.
O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, explicou o objetivo da resolução: ‘A ideia é utilizar a pressão da comunidade internacional na Assembleia Geral e a pressão da decisão histórica da CIJ para forçar Israel a mudar de atitude’.
O projeto de resolução ‘exige’ que Israel ‘ponha fim sem demora à sua presença ilícita’ nos territórios palestinos, estabelecendo um prazo máximo de doze meses após a adoção do texto. Além disso, o documento solicita a retirada das forças israelenses, o fim de novos assentamentos e a restituição de terras confiscadas.
A reação de Israel foi imediata e contundente. O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, declarou: ‘Nos reunimos aqui para ver o circo dos palestinos na ONU, um circo onde o mal é justo, a guerra é paz, o assassinato é justificado’.
Riyad Mansour, por sua vez, apelou à comunidade internacional: ‘Os palestinos querem viver, não sobreviver. Querem estar seguros em suas casas’. Ele questionou: ‘Quantos palestinos mais têm que morrer para que finalmente haja uma mudança que ponha fim a essa desumanidade?’
O debate ocorre em um contexto de crescente tensão, com a guerra em Gaza como pano de fundo. Desde 7 de outubro, o conflito já resultou em mais de 1.200 mortes em Israel e mais de 41.000 em Gaza, segundo dados oficiais.