OMS lança campanha para quebrar cultura do silêncio sobre suicídio

OMS lança campanha para quebrar cultura do silêncio sobre suicídio

Iniciativa visa romper o silêncio e o estigma, promovendo diálogo e compreensão. Suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma campanha com o tema ‘Mudando a Narrativa sobre o Suicídio’, que se estenderá até 2026. O objetivo é quebrar a cultura do silêncio e do estigma em torno do suicídio, promovendo o diálogo, a compreensão e o apoio. Atualmente, o suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, segundo dados da OMS.

A OMS enfatiza que uma simples conversa pode contribuir significativamente para uma sociedade mais solidária e compreensiva, independentemente da duração do diálogo.

A iniciativa ressalta a necessidade de priorizar a prevenção do suicídio e a saúde mental nas políticas públicas. O objetivo é que as ações governamentais coloquem em primeiro plano o contexto da saúde mental, ampliando o acesso ao tratamento e fornecendo apoio aos necessitados.

A organização lembra que reduzir a taxa global de suicídio em pelo menos um terço até 2030 é uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

A OMS reconhece a complexidade dos fatores que levam ao suicídio, afirmando: ‘Os desafios que levam uma pessoa a tirar a própria vida são complexos e associam-se a fatores sociais, econômicos, culturais e psicológicos, incluindo a negação de direitos humanos básicos e acesso a recursos’.

Eventos estressantes da vida, como perda de meios de subsistência, pressões no trabalho, rompimentos de relacionamentos e discriminação, são citados como potenciais impulsionadores do suicídio.

No Brasil, a campanha Setembro Amarelo adota o lema ‘Se precisar, peça ajuda’ este ano. O país registra cerca de 14 mil suicídios anualmente, uma média de 38 pessoas por dia.

Héder Bello, psicólogo especialista em Trauma e Urgências Subjetivas, destaca outros fatores de vulnerabilidade além dos transtornos mentais:

‘Políticas públicas que possam, de alguma maneira, falar sobre esse assunto, sem tabu, são importantes. Instrumentos nas áreas de educação e saúde também podem ser amplamente divulgados – justamente para que a gente possa mostrar que existem possibilidades e recursos amplos para lidar com determinadas situações que são realmente muito estressantes e de muita vulnerabilidade.’

Bello também oferece orientações sobre como abordar alguém com pensamentos suicidas:

‘Não é questionar a pessoa sobre o motivo daquilo ou dizer que ela tem que valorizar a vida, mas ouvir essa pessoa atentamente, tentar entender o ponto de vista dela e quais são os motivos que fizeram com que ela não conseguisse lidar de outras maneiras com a situação que está passando.’

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