O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a falta de “ambição e ousadia” dos líderes mundiais em seu discurso durante a Cúpula do Futuro, organizada pela ONU em Nova York, neste domingo (22). No evento, que antecede a Assembleia Geral da ONU, Lula fez fortes críticas à governança global, cobrando reformas e medidas concretas em questões como fome e mudanças climáticas.
Lula chegou aos Estados Unidos no sábado (21) e permanecerá no país por cinco dias. Na próxima terça-feira (24), o presidente deve ser o primeiro líder a discursar na Assembleia Geral da ONU, uma tradição que remonta à sua primeira passagem pelo governo.
Em seu breve discurso de 5 minutos, Lula abordou temas que são prioridade de seu governo e de sua participação em fóruns internacionais: o combate à fome e a luta contra as mudanças climáticas. O presidente fez fortes críticas ao ritmo lento de implementação das metas da Agenda 2030 da ONU, ressaltando a urgência em se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
“Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram o maior empreendimento diplomático dos últimos anos, e caminham para se tornar o nosso maior fracasso coletivo. No ritmo atual de implementação, apenas 17% das metas da Agenda 2030 serão atingidas dentro do prazo”, disse Lula.
Além de questões climáticas e sociais, Lula também dedicou parte de seu discurso à necessidade de uma reforma nas estruturas da ONU e de outros organismos internacionais, criticando a falta de avanços nas reformas estruturais necessárias para enfrentar crises globais.
“Todos esses avanços serão louváveis e significativos, mas ainda assim, nos falta ambição e ousadia. A crise da governança global requer transformações estruturais. A pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e a mudança do clima escancaram as limitações das instâncias multilaterais.”
Desde o seu primeiro mandato, iniciado em 2003, Lula defende que o Conselho de Segurança da ONU seja reformado para incluir países em desenvolvimento e novas potências globais, que ficaram de fora das decisões pós-Segunda Guerra Mundial.
Além de Lula, estiveram presentes na sessão da ONU a primeira-dama Janja da Silva, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Marina Silva (Meio Ambiente). O assessor especial de Lula, Celso Amorim, também participou do evento.
Com um foco em fortalecer a voz do Brasil em discussões multilaterais e buscar reformas globais, Lula segue firme em suas fortes críticas aos processos de governança internacional, cobrando uma postura mais ousada dos líderes mundiais em prol de um futuro mais sustentável e justo.