Uma série de explosões em aparelhos de mensagem tipo pager, utilizados pelo grupo armado Hezbollah, resultou em pelo menos oito mortes e milhares de feridos no Líbano nesta terça-feira (17/9). O Ministério da Saúde do país confirmou o trágico saldo do incidente, que ocorreu em várias regiões, incluindo os subúrbios de Beirute. As informações são da BBC.
O Hezbollah e o governo libanês prontamente atribuíram a responsabilidade a Israel, intensificando as já elevadas tensões na região. O grupo armado, que também atua como partido político no Líbano, emitiu um comunicado contundente. ‘O inimigo traidor e criminoso certamente receberá o castigo justo por esta agressão pecaminosa, queira ou não.’
O ministro da Informação do Líbano, Ziad Makary, condenou as explosões como uma ‘agressão israelense’, segundo relatos da emissora libanesa Al-Manar TV.
As explosões afetaram diversos pagers pertencentes a funcionários de várias unidades do Hezbollah e instituições associadas. O grupo inicialmente classificou as explosões como ‘misteriosas’ e anunciou a morte de ‘uma jovem e dois de nossos irmãos’.
Um membro do Hezbollah descreveu o incidente à agência de notícias Reuters como a ‘maior falha de segurança [do grupo]’ desde a intensificação das hostilidades com Israel há 11 meses, paralelamente à guerra em Gaza.
Entre os feridos está o embaixador do Irã no Líbano, embora a televisão estatal iraniana tenha informado que seus ferimentos são ‘superficiais’ e que ele está ‘consciente e fora de perigo’.
Especialistas em segurança levantaram hipóteses sobre a natureza das explosões. Um ex-perito em munições do Exército Britânico, que solicitou anonimato, sugeriu à BBC que os dispositivos provavelmente continham entre 10 a 20 gramas de explosivo de alta qualidade, oculto em um componente eletrônico falso.
O incidente ocorre em um momento de crescente tensão entre Israel e o Hezbollah, com a fronteira do Líbano se tornando um segundo front de conflito desde o início da guerra em Gaza. Horas antes das explosões, o gabinete de segurança de Israel havia definido como objetivo oficial da guerra o retorno seguro de 60 mil residentes ao norte do país, deslocados pelos ataques do Hezbollah.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel ‘faria o que fosse necessário para garantir sua segurança’. As Forças de Defesa de Israel (IDF) não se pronunciaram sobre as explosões no Líbano.